Comprar ou vender?

O índice da Bolsa que pode roubar a cena nos próximos meses (e não é o Ibovespa)

02 jun 2023, 20:44 - atualizado em 02 jun 2023, 20:44
Ibovespa
Ativos cíclicos locais estão voltando ao radar do mercado (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A Bolsa está em alerta, à espera da tão aguardada virada dos juros no Brasil. Com o andamento do arcabouço fiscal no Congresso e a divulgação de dados econômicos recentes positivos, agentes do mercado voltaram a considerar a proximidade da trajetória de queda da Selic e estão preparando as carteiras para a nova dinâmica que deve se instaurar na Bolsa.

Ativos cíclicos locais estão voltando ao radar. Maio refletiu bem o novo cenário vivido pelo mercado de ações, com investidores deixando um pouco de lado as ações ligadas a commodities para elevar a exposição as papéis domésticos.

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Seguindo essa linha, um movimento que tem ganhado força é o interesse pelas small caps. Gestoras têm ajeitado seus portfólios para incluir ações de empresas de menor capitalização, considerando que muitas delas foram fortemente penalizadas nos períodos de crise recentes (ciclo de alta de juros, em especial) e estão com valuations bastante amassados.

E não são só as gestoras que estão de olho nas small caps. A Empiricus Research, por exemplo, acompanha de perto a reversão de tendência na Bolsa, na ideia de que o ciclo de alta das commodities pode ter chegado ao fim da linha.

“Olhando para frente, parece que o ciclo de commodities parece ter se encerrado”, comenta João Piccioni, analista da casa.

“No Brasil, essa transição das commodities para cíclicos locais deve acontecer naturalmente e deve ser positiva para o mercado”, completa.

SMLL

Em maio, o Índice Small Cap (SMLL) superou com folga o desempenho do Ibovespa, a um placar de +13,5% versus +3,7%.  A Yduqs (YDUQ3), inclusive, disparou mais de 70% só no último mês, apoiando-se, além da nova redistribuição das carteiras dos investidores, em resultados positivos do primeiro trimestre.

Piccioni ressalta que, enquanto as commodities se deram mal em maio, existem empresas cíclicas locais respondendo bem ao ambiente atual de antecipação da queda dos juros, apesar das incertezas que ainda sondam o mercado de capitais.

“Ninguém sabe direito o que vem para a mesa. Mas as empresas locais, por estarem muito prejudicadas, andaram bem com o processo inflacionário”, lembra o analista.

Na avaliação de Piccioni, se não houver surpresas negativas vindas do exterior – e mantendo o cenário de corte da Selic -, as small caps devem recuperar espaço no portfólio dos investidores no segundo semestre.

Para alguns gestores, o SMLL tem potencial para superar o Ibovespa nos próximos meses. Rodrigo Mello, da Tenax Capital, considera que o índice de small caps pode seguir “outperformando” (ter desempenho maior) em relação ao Ibovespa, até pela definição do arcabouço fiscal.

Mello avalia que, conforme o governo vai se frustrando quanto às novas arrecadações, será preciso lançar novas medidas para financiar o arcabouço. Nesse caso, na falta de receita, a probabilidade de o governo buscar recursos em ativos voltados a large caps é maior do que a perspectiva de apoio nas small caps.

A Fator Administração de Recursos adota uma postura otimista com empresas small caps e mid caps. Isabel Lemos, gestora de renda variável, reconhece que empresas dentro desse universo têm posições de venda grandes. No entanto, ela defende que, com a melhora no mercado acionário, ações bastante penalizadas e com fundamentos devem mostrar retornos mais fortes.

“Esse cenário de small e mid caps e empresas penalizadas, com fluxo de caixa, justifica retorno maior. Essas empresas tendem a ‘outperformar’ em relação às demais empresas”, afirma.

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Onde investir agora?

Estapar é aposta “agressiva” da Empiricus Research (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Dentro do universo das small caps, Piccioni conta que a Empiricus tem atualmente uma aposta “agressiva” em Estapar (ALPK3). A empresa, ligada ao real state, está em processo de turnaround, passou por uma fase difícil, mas tem potencial interessante, avalia a casa de análise. A ação também aparenta estar relativamente barata, acrescenta o analista.

Vivara (VIVA3) também compõe uma das carteiras da Empiricus. O analista destaca que, mesmo nos piores momentos, a companhia conseguiu manter um ritmo interessante de crescimento. Além disso, a varejista, que consegue repassar os preços dos metais na hora da venda, se beneficia com a valorização recente dos preços de ouro e prata.

Arezzo (ARZZ3) é outra ação indicada pela casa. Piccioni comenta que é um ativo de baixa alavancagem, com qualidade boa de administração e que tem conseguido expandir a Reserva, marca adquirida em 2020.

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Outras duas ações no radar da Empiricus são Hapvida (HAPV3), que passou por um período turbulento na Bolsa em meio ao processo de incorporação da NotreDame Intermédica e tem se desdobrado para lidar com problemas de solvência, e o Magazine Luiza (MGLU3), com um dos calls mais penalizados pelo ambiente macro desafiador.

Piccioni explica que o Magazine Luiza é um empresa que, além de aproveitar a queda dos juros, pode surpreender positivamente por meio do acordo celebrado junto à Cardif.

Piccioni cita ainda a possibilidade de um novo ciclo de bens semiduráveis se iniciar em breve. Para completar, o Magazine Luiza sai beneficiada com a “quebradeira generalizada” da Americanas (AMER3) e a situação pouco favorável da Via (VIIA3) no setor.

“Tem tudo para ganhar participação de mercado em cima dessas duas empresas”, diz. “O negocio já foi muito bom, talvez valha o beneficio da dúvida.”

O analista ressalta, no entanto, que a tese do Magalu é mais especulativa.