Mercados

Ibovespa tomba quase 2% e aqui estão os 3 motivos 

12 fev 2025, 15:15 - atualizado em 12 fev 2025, 15:26
Queda-Ibovespa
Ibovespa renovou mínima aos 124 mil pontos com uma combinação de fatores: bancos, petróleo e dados de inflação nos EUA mais fortes (Imagem: iStock/hernan4429)

Depois de dois dias de ganhos consecutivos, o Ibovespa (IBOV) perdeu o ritmo e opera com queda de quase 2% nesta quarta-feira (12), em um dia de forte aversão ao risco puxado pelo exterior. 

Por volta de 14h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira bateu mínima intradia com queda de 1,90% e aos 124.115,91 pontos. 



No cenário doméstico, as ações pesos-pesados aceleram as perdas do Ibovespa, com os holofotes do mercado sobre os bancos. No exterior, os dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos e a continuidade das perdas do petróleo aumentam o tom negativo. 

1 – Bancos puxam Ibovespa 

Os bancos, que formam o segundo setor com maior peso no Ibovespa, operam com queda expressiva, puxada pelo desempenho das ações do Bradesco (BBDC4) . 

Os papéis BBDC4 registram cerca de 5% e figuram como os mais negociados na B3, em reação ao duplo rebaixamento de recomendação de compra para venda pelo Goldman Sachs. 

A equipe do Goldman Sachs revisou as estimativas sobre o banco depois dos resultados do quarto trimestre de 2024, divulgados na semana passada

Entre as mudanças, os analistas consideram que o retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) permanece abaixo do seu custo de capital (COE) em uma base anual até 2027, atrás do Itaú (ITUB4) e do Santander Brasil (SANB11)

“A fraca rentabilidade deverá limitar a geração de capital orgânico, após um ano em que o patrimônio líquido permaneceu estável. Isto foi em parte atribuído à  marcação a mercado de títulos disponíveis para venda, que reduziu a base de capital, mas não impactou ganhos”, escreveram os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema em relatório.

2 – Derrocada do petróleo 

Os preços do petróleo aceleraram queda há pouco e recuam mais de 2% com rumores de possível cessar-fogo na Ucrânia.

Por volta de 14h (horário de Brasília), os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para abril, caíam 2,08%, a US$ 75,40 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para março recuavam 2,33%, a US$ 71,62 o barril, em New York Mercantile Exchange (Nymex).

No início da tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o início imediato de negociações para acabar com a guerra na Ucrânia.

“Também concordamos em fazer com que nossas respectivas equipes iniciem negociações imediatamente, e começaremos ligando para o presidente Zelenskiy, da Ucrânia, para informá-lo da conversa, algo que farei agora mesmo”, disse Trump em uma publicação em sua plataforma de mídia social.

Na bolsa brasileira, a queda do petróleo pressiona Petrobras (PETR4), que cai mais de 1%. 



3 – Inflação acima do esperado nos EUA 

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro na comparação anual e acumula alta de 3% em 12 meses — acima das expectativas do mercado. 

Embora o CPI não seja a referência para inflação preferida do Federal Reserve (Fed), o indicador é relevante para o mercado calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros. Hoje, o Fed Funds está na faixa de 4,25% e 4,50% ao ano.  

Após o dado, os agentes financeiros consolidaram as apostas de apenas um corte, de 0,25 ponto percentual, nos juros norte-americanos pelo Fed em 2025. Além disso, a probabilidade de corte foi adiada do mês de junho para setembro. 

Em audiência na Câmara dos Representantes, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os últimos dados do CPI são um “lembrete” de que o Banco Central fez um “grande progresso” para aproximar a inflação à meta de 2%, mas que “ainda não chegou lá”.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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