‘O grande ônus fica para o Rio Grande do Sul’; hora de colocar frango na mesa?
Um caso da doença de Newcastle em um aviário comercial no Rio Grande do Sul gerou fortes reflexos no mercado de carnes do Brasil no fim desta semana, com os frigoríficos registando forte queda na última quinta (18) e o Ministério da Agricultura decidindo pelo autoembargo nas exportações ontem (19).
O analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, ressalta que as principais preocupações fica para o RS, já que o estado é o 3º maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil, ainda que Paraná e Santa Catarina possam compensar o bloqueio nos embarques.
“O grande ônus fica para o RS. Se essa suspensão perdurar por muito tempo, os prejuízos para o mercado gaúcho serão gigantescos. podem compensar esse embargo, mas o problema fica para o estado. Quem pode ‘ganhar’ com essa história, se é que podemos falar isso, são as cooperativas no oeste do PR, que terão um volume robusto de exportação”.
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Consumidor pode ver melhores preços para carne de frango?
Perguntado se os preços podem sofrer uma pressão de baixa, pelo maior volume de oferta da proteína no mercado interno, Iglesias acredita que isso pode acontecer apenas no estado.
“Ainda assim, não vejo uma forte pressão de queda, porque a avicultura tem ferramentas, tem mecanismos para ajustar sua produção a uma nova realidade demanda mais rapidamente”, vê.
Ele ressalta que o Estado do RS tem seguido os protocolos sanitários à risca, mas que as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul provocaram brechas sanitárias, produzindo vulnerabilidades, o que explica a ocorrência da doença. No acumulado de julho, os preços do frango resfriado (Cepea/Esalq) acumulam alta de 1,1%.