Construção Civil

O gatilho que pode acabar com a festa das construtoras, segundo o Itaú BBA

24 out 2024, 10:14 - atualizado em 24 out 2024, 10:14
setor imobiliário - construção
(Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Nos últimos dois anos, o setor de construção de baixa renda tem visto recordes em seus números operacionais, o que tem demonstrado uma segurança ao mercado. No entanto, o Itaú BBA teme que a inflação possa acabar com a festa das construtoras.

Durante 2023 e 2024, os níveis de inflação da construção se mantiveram mais “suaves” ante os níveis recordes enfrentados em 2021 e 2022. Desta forma, os analistas que assinam o relatório da corretora temem que este seja um momento de calmaria que antecede a tempestade, já que o Brasil não costuma manter o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) no atual patamar, de 4% a 5%, por muito tempo.

Com o impulso de programas sociais habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), o BBA entende que as construtoras de baixa renda acabam ficando ainda mais expostas à inflação, uma vez que nesses programas é necessário fixar preços de venda, enquanto os de construção variam. Em empreendimentos econômicos não participantes, também ocorre a fixação de preços.

“As empresas geralmente assumem um certo nível de inflação em seus orçamentos, mas se a inflação acelerar mais rápido do que o esperado, as margens podem ser afetadas”, explicam os analistas.

“Se os custos aumentarem temporariamente, as margens podem ser preservadas com algum ajuste nos preços, mas se a inflação for mais alta por um período prolongado, as empresas provavelmente enfrentarão margens mais apertadas e até impactos potenciais na velocidade de vendas e no modelo pro-soluto”.

Na visão do BBA, alguns itens devem ser analisados neste setor para que os investidores selecionem as melhores ações, caso o momento positivo no qual o setor navega vire para o negativo. Entre eles estão: a exposição de empresas às faixas inferiores do MCMV, que possuem maior elasticidade de demanda; empresas que fixam preços no início do ciclo de construção; construtoras com maior alavancagem ou dificuldade de gerar fluxo de caixa positivo.

Mesmo com estes sinais de alerta surgindo no caminho, os analistas seguem otimistas com Direcional (DIRR3), devido ao alto rendimento de dividendos e menor risco de execução. Eles destacam também a Cyrela (CYRE3) como a favorita, se a inflação continuar a se deteriorar.

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