O futuro em quatro rodas
Caro leitor,
Em 2018, um pedestre foi morto no Arizona por um veículo “autônomo” do Uber. Embora estivesse equipado de sensores e afins, tanto o caro quanto o motorista que o monitorava não conseguiram parar a tempo.
A Tempe Police conduziu recentemente testes em veículos similares e determinou que o acidente era “totalmente evitável”. Ainda que o carro fosse supostamente capaz de dirigir sozinho, os sensores não podem fazer nada para mitigar os riscos de motoristas desatentos.
Como você pode imaginar, incidentes como esses poderiam facilmente abalar a confiança do público na segurança dos veículos autônomos.
Então eu pergunto – Será que veremos carros autônomos se tornarem realidade e invadirem as ruas na próxima década? Ou se tornarão uma espécie de sucata tecnológica em breve?
A Volkswagen está apostando no primeiro caso.
A montadora alemã está fazendo altos investimentos em veículos autônomos, tendo destinado aproximadamente US$ 2,6 bilhões na Argo AI, uma empresa de propriedade majoritária da Ford.
A Volkwagen já possui uma divisão de direção autônoma sob liderança da Audi. Agora, este novo investimento permitirá à Argo utilizar o pessoal da VW, e assim, trabalhar em conjunto para fortalecer o sistema da Audi.
Embora grandes montadoras tenham se unido para desenvolver e aprimorar os sistemas de direção autônoma, não fique muito empolgado com as notícias em relação à futuras fusões.
Seja como for, a tendência é clara.
Embora veículos verdadeiramente autônomos (nível 5) ainda estejam distantes da realidade, isso não impediu que as empresas automobilísticas continuasses gastando muito dinheiro nessa tecnologia para não ficarem para trás de suas concorrentes.
A situação anda tão ruim para o lado de Elon Musk que ninguém mais se lembra da Tesla quando o assunto são carros autônomos.
É algo curioso, pois mesmo no estágio atual, os recursos e a tecnologia embarcada nos veículos da Tesla são realmente impressionantes.
De acordo com a Tesla, os veículos carregam uma classificação de nível 2.
Vale destacar que a condução autônoma varia em uma escala de 0 a 5. O nível 0 equivale à ausência completa de automação, ao passo que o nível 5 diz respeito a automação total do sistema de navegação, controlando inclusive os pedais e o volante.
Ainda assim, apesar das artimanhas de Elon e das críticas pontuais das quais é alvo, o Modelo 3 e o novo Modelo S continuam a ganhar elogios da crítica especializada.
As ações da Tesla também estão em uma situação um pouco melhor no momento.
Acredito que da última vez que falamos da Tesla, as ações trabalhavam sobre um forte suporte por volta dos $175.
Desde então, o ativo saltou mais de 42% desde o seu ponto mínimo em 3 de junho e está se preparando para tentar buscar os $300.
Seja como for, apesar das possibilidades de trades pontuais e do sistema que os seus carros carregam, não vemos a Tesla como uma referência no setor a ponto de apostarmos nela no longo prazo.
Os problemas ali vão muito além da tecnologia pura e simples que, de fato, existe.
A verdade é que veículos autônomos estão na crista da onda e devem ser observados com atenção.
Ademais, mais importante que o veículo em si, é o sistema de inteligência artificial desenvolvido para interagir, coletar e processar as informações, respondendo aos estímulos externos em tempo real.
Futuramente, essa tecnologia não será opcional, mas um item obrigatório e de segurança.
Por outro lado, as montadoras não estão interessadas em desenvolver sistemas próprios de condução autônoma, razão pela qual é comum vê-las utilizando os mesmos dispositivos de hardware e software em seus veículos.
Na verdade, são essas empresas, e não as montadoras em si, que nos chamam mais a atenção. Na edição do Money Connection desse mês já fizemos a nossa escolha.