O ‘furo no teto’ da Tenda (TEND3); analistas levantam ponto negativo do guidance para 2024
A Tenda (TEND3) divulgou na noite desta segunda-feira (8) o guidance para 2024, com projeções de vendas, margem bruta e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Analistas da XP Investimentos avaliam que as operações esperadas para o segmento Tenda desenham um cenário promissor para este ano, com a projeção de margem bruta ajustada (na faixa dos 29-31%) indicando um cenário mais saudável para as margens em 2024.
Segundo a corretora, isso é um sinal positivo de que o core business (ou seja, o negócio principal) da construtora está “no caminho certo com seu processo de recuperação de rentabilidade”.
“Além disso, o guidance de vendas líquidas da Tenda (mínimo em R$ 3,2 bilhões e máximo em R$ 3,5 bilhões) indica uma continuação do sólido momento de demanda, o que vemos como positivo para a visibilidade do desempenho operacional”, comentam os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton, em relatório publicado ontem à noite.
Para completar, a XP vê o Programa Habitacional Pode Entrar e o regime especial de tributação para incorporações imobiliárias como importantes oportunidades para a Tenda, o que potencialmente pode levar a uma revisão altista do guidance recém-divulgado mais à frente.
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O ‘furo no teto’ da Tenda
Apesar de projeções positivas, existe um ponto negativo nos números divulgados pela Tenda, na avaliação da XP. Trata-se da subsidiária Alea, que está com estimativas entre R$ 400-500 milhões em vendas líquidas para 2024.
“Embora as perspectivas mais fortes para as vendas líquidas indiquem que o segmento deve continuar ganhando relevância nas operações da Tenda, acreditamos que os níveis de margem bruta suaves da Alea (9% a 11% em 2024) e o Ebitda ainda sob pressão (-R$50 milhões a -R$30 milhões em 2024) devem continuar prejudicando os resultados da Tenda no curto prazo”, comenta a dupla de analistas.
Por isso, a XP, por ora, segue com recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 11.
Com a divulgação do guidance, o BTG Pactual reconhece que estava muito otimista com a recuperação da lucratividade da Tenda em 2024, principalmente a Alea. Porém, o banco tem recomendação de compra para a tese, com preço-alvo de R$ 20, baseando-se em números otimistas esperados para 2025.
“Mais importante ainda, acreditamos que os investidores estavam esperando um guidance fraco, então o valuation ainda é atraente após o corte nos lucros”, afirma o banco.
“Além disso, algumas opcionalidades que ainda não estão em nossos números estão próximas de se concretizar (Pode Entrar, RET 1 e FGTS Futuro)”, completa.
As ações da Tenda recuavam mais de 8% perto das 15h30 desta terça (9), negociadas a R$ 11,01 cada.