O fornecimento real de bitcoins é bem menor do que se pensa
Um novo relatório da Coinmetrics sugere que o fornecimento real de bitcoin em circulação é bem menor do que as 18 milhões de unidades mineradas, marco atingido no dia 19 de outubro.
À luz do grande número de moedas perdidas, não retiradas e corrompidas, é possível que o fornecimento real seja bem menor.
Neste artigo, vamos discutir sobre as descobertas do relatório e explicar por que são relevantes para os investidores.
No dia 19 de novembro, Coinmetrics, de Massachusetts, nos EUA, publicou um artigo em que explica que o fornecimento real de bitcoins em circulação é bem melhor do que se pensa.
No relatório, os pesquisadores categorizam as moedas perdidas em “perdidas de maneira comprovável”, recompensas de mineração não retiradas e saídas de transações inválidas (OP_RETURN).
Durante a criação do primeiro bloco no blockchain do bitcoin, chamado de “bloco gênese”, 50 bitcoins foram minerados, não incluídos no conjunto de UTXO (quantias de transações não gastas) nem apresentados no registro.
Além disso, havia duas transações duplicadas da Coinbase, no valor de 100 bitcoins, que também não estavam contidas no registro. Recompensas de mineração não retiradas totalizam 28,957 bitcoins e saídas de transações inválidas, transações que “não foram gastas de maneira comprovável”, totalizam 3,723 bitcoins.
De acordo com a Coinmetrics, o número total de bitcoins perdidos totaliza 182,6754176 bitcoins. Esse número não altera o número do fornecimento total em circulação de forma significa, mas o número de moedas provavelmente perdidas é muito maior.
As possíveis moedas perdidas
Antes do uso de saídas de transações inválidas, os usuários de bitcoin usavam endereços falsos para queimar moedas.
Três endereços falsos bem conhecidos e utilizados para queimar bitcoin são “1bitcoineateraddressdontsendf59kue”, “1CounterpartyXXXXXXXXXXXXXXXUWLpVr” e “1111111111111111111114oLvT2”. O valor total enviado a esses três endereços totaliza cerca de 2.213 bitcoins.
Falhas no código do bitcoin também resultaram na perda de moedas. Coinmetrics acredita que erros na programação no software do bitcoin totalizam a perda de pelo menos 2.609 bitcoins.
Moedas que não foram movimentadas por muito tempo, chamadas de “moedas zumbis”, também reduzem o fornecimento em circulação do bitcoin.
Para esse estudo, Coinmetrics usou moedas que não foram movimentadas desde que o bitcoin se tornou negociável em julho de 2010. 1.496.907,88 moedas não foram movimentadas desde a metade de 2010.
Dizem que grande parte delas foram mineradas pelo criador pseudônimo do bitcoin, Satoshi Nakamoto. Já que faz quase dez anos que o bitcoin se tornou negociável nas corretoras, os pesquisadores acreditam que essas moedas não vão ser movimentadas e podem ser subtraídas do fornecimento de bitcoins.
Por fim, também existem as moedas roubadas e que não foram movimentadas já que foram ilegalmente apreendidas. Coinmetrics acredita que a quantidade de moedas roubadas, mas não acessíveis, está em torno de 117.091 bitcoins.
As descobertas do relatório concluem que o fornecimento líquido de bitcoin está em cerca de 16.301.039,56 bitcoins.
Esse número foi calculado pela subtração do número de moedas perdidas de maneira comprovável, moedas possivelmente perdidas e moedas roubadas que não foram movimentadas do número atual de moedas mineradas.
O que um baixo fornecimento em circulação significa para os investidores?
Coinmetrics acredita que o fornecimento atual de bitcoin totaliza 16,3 milhões de bitcoins em vez de um pouco a mais dos 18 milhões como propagado pelas plataformas de precificação, como a CoinMarketCap.
Os pesquisadores também sugerem que, então, o fornecimento máximo de 21 milhões nunca será atingido.
As leis de oferta e demanda ditam que o fornecimento limitado combinado com a demanda crescente vai resultar em um aumento de preço. Na verdade, esse foi um dos fatores-chave para o aumento no preço do bitcoin, já que o total de moedas a serem mineradas é limitado a 21 milhões de bitcoins.
Se as estimativas da Coinmetrics estiverem corretas, o caso a favor do bitcoin como um ativo de investimento pode ser mais forte do que o esperado.