O fim — ou apenas um começo? Balanço do Nubank e do Banco do Brasil, crise na Light, preço dos combustíveis e outros destaques do dia
Estamos nos aproximando do fim de mais uma temporada de balanços locais. A agenda econômica desta semana já começa com mais de 50 empresas divulgando seus resultados do primeiro trimestre.
Só na segunda-feira (15), serão mais de 54 balanços, com direito a resultados do Magazine Luiza (MGLU3), Banco do Brasil (BBAS3) e do Nubank, que está em processo para fechar o capital no Brasil.
E os investidores precisam se dividir nesta semana para acompanhar a apresentação do relatório do novo arcabouço fiscal.
O deputado Claudio Cajado (PP-BA) até tentou finalizar o texto na semana passada, mas o documento precisava de ajustes para agradar as Casas Legislativas e o governo.
Ainda de olho no Congresso, existe a possibilidade da proposta de reforma tributária avançar no Legislativo — mas o debate também não tem força para progredir nas Casas.
Assim sendo, os investidores voltam suas atenções para a bateria de indicadores dos próximos dias.
O principal indicador da segunda-feira são os números da produção industrial na China. A inflação por lá caiu além do esperado, o que ligou a luz amarela para uma desaceleração da demanda.
Já na terça-feira (16), são esperados os números de vendas do varejo e produção industrial dos Estados Unidos.
O país, que passa por uma recessão técnica — quando o PIB cai por dois trimestres seguidos —, tenta combater a inflação descontrolada com juros elevados.
No mesmo dia, a Zona do Euro deve divulgar os números preliminares do PIB e da balança comercial, juntamente com os dados de desemprego do Reino Unido.
Ao final da manhã, é a vez da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, fazer seu discurso.
A autoridade monetária europeia já deu sinais de que deve voltar a subir os juros — a questão agora é se o aperto será mais ou menos intenso do que o esperado, e tudo dependerá da inflação de quarta-feira (17).
Quem também deve fazer seu pronunciamento sobre o futuro da política monetária é Andrew Bailey, presidente do Banco Central da Inglaterra (BoE), também na quarta-feira (17).
Os Estados Unidos voltam para o centro das atenções com a divulgação dos números de pedidos iniciais de auxílio-desemprego na quinta-feira (18).
Porém, o destaque do mesmo dia vai para o balanço do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
Também toma o centro do palco o número de saldos de reservas dos bancos com o Fed — vale lembrar que a crise bancária dos EUA deu certo alívio na última semana, mas está longe de acabar.
Por fim, os investidores começam a desabotoar as camisas na sexta-feira (19), mas ainda não poderão descansar porque é quando será divulgado o IBC-Br, índice considerado uma prévia do PIB brasileiro.
No mesmo dia, porém lá nos Estados Unidos, Jerome Powell fará um discurso pela manhã e deve tentar aliviar ainda mais as tensões envolvendo a crise bancária. O chefe do Federal Reserve também deve sinalizar o futuro do aperto monetário norte-americano.
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O que você precisa saber hoje
QUERIDINHO
O céu é o limite para o Banco do Brasil (BBAS3)? Analistas esperam novo aumento do lucro no 1T23. A instituição financeira estatal publica os resultados dos primeiros três meses do ano nesta segunda-feira. Saiba o que esperar dos números.
BALANÇO 1T23
Prejuízo do Nubank virou passado, mas inadimplência deve ter repique no 1T23. Carteira de crédito do banco é formada pelos produtos que lideram os calotes de consumidores: cartão de crédito e empréstimo pessoal. Veja o que esperar dos resultados.
FALTA DE SORTE?
Crise da Light não é o primeiro golpe na imagem de sócio de Lemann. A dívida de R$ 11 bilhões da empresa de energia é o segundo golpe na reputação de Beto Sicupira, que também é um dos maiores acionistas da Americanas.
EFEITOS COLATERAIS
Como a ação do governo Lula contra a privatização da Eletrobras afeta a Sabesp e outras estatais. A decisão do Estado de questionar privatização da Eletrobras no STF elevou percepção de risco sobre estatais.
COMBUSTÍVEIS
Petrobras vai analisar mudanças na política de preços do diesel e da gasolina nesta semana. O presidente da petroleira, Jean Paul Prates, havia avisado que a empresa reavaliaria os preços cobrados.
O SONHO DO CARRO PRÓPRIO
Por que um carro zero custa tão caro? E será que a ideia de um veículo popular a R$ 50 mil vai vingar? Inúmeros fatores explicam a inflação no setor nos últimos anos; ainda assim, a produção de um carro popular a preços menores é difícil. Entenda.
Um forte abraço e boa semana para você!