BusinessTimes

O “Efeito IKEA” nos investimentos

04 out 2020, 17:03 - atualizado em 05 out 2020, 7:33
mercados ações bolsas
No mundo dos investimentos, existe muita controvérsia e muitas discussões sobre o que é melhor para o investidor individual (Imagem: Pixabay/ StockSnap)

Antes de tudo, para começar este artigo, é preciso dar um pouco de contexto: IKEA é uma grande rede de lojas, de origem sueca, que vende móveis que exigem montagem por parte do comprador.

Ela está presente em vários países do mundo. Mas, no Brasil ainda não. E os móveis são caracterizados por serem de design atrativo, relativamente baratos e fáceis de montar.

Além disso, geralmente exigem não mais do que apertar alguns parafusos.

Há alguns anos, pesquisadores americanos publicaram um estudo demonstrando um viés cognitivo, que fazia com que as pessoas desenvolvessem uma especial “afeição” por aquilo que elas mesmos construíram, ainda que parcialmente, ou apenas apertando alguns parafuso. Em segundo lugar, deram a esse viés, o nome de “Efeito IKEA”. Em outras palavras seria uma homenagem aos móveis de fácil montagem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

IKEA do mundo real

No mundo dos investimentos, existe muita controvérsia e muitas discussões sobre o que é melhor para o investidor individual: construir sua própria carteira de investimentos, recorrer a gestores profissionais ou, simplesmente, adotar uma postura passiva e seguir índices (usando, principalmente, ETFs).

Mas, independentemente de qual seja o melhor caminho, existe um tipo de investidor que faz questão de montar sua própria carteira.

Na mesma linha, não necessariamente por acreditar que consegue obter um desempenho melhor que gestores profissionais ou “bater os índices”.

Desdobramentos

Mas, simplesmente, porque tem verdadeiro prazer em selecionar os ativos financeiros e montar a carteira “perfeitamente customizada”.

Desta forma, podemos dizer que esse é o investidor que sofre de “Efeito IKEA”. Ele estuda os ativos financeirosconstrói sua carteira de investimentos e, mais importante, “curte” ela. É o investidor que estuda e acompanha o desempenho dos investimentos com prazer – e não dá tanta importância se está superando os melhores fundos do mercado ou não.

Investidor consciente

Esse tipo de investidor é raro, pois sua motivação é diferente. A maioria dos investidores tem, como motivação primária, o retorno.

Eles não estão muito preocupados em como e em que estão investindo, contanto que obtenham o retorno que querem. Entretanto, o “investidor IKEA” gosta dos detalhes, das minúcias e também adora dar seu “toque pessoal” à carteira.

O “Investidor IKEA” tem prazer investindo e é, também, uma fonte de prazer para educadores financeiros. Pois, é o tipo de aprendiz que está verdadeiramente interessado em aprender, e não simplesmente em obter respostas prontas.