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O efeito dominó e o impulso do Fed: açúcar dispara 5% e rompe US$ 0,21

18 set 2024, 17:06 - atualizado em 18 set 2024, 17:06
açúcar fed
As queimadas trouxeram um movimento de alta para o açúcar e o corte de juros pelo FED aumenta o apetite por ativos de risco (iStock.com/AndreyPopov)

Os preços do açúcar seguem sua escalada, à medida que o mercado tenta entender os impactos dos incêndios e queimadas que atingiram os canaviais. Nsta quarta-feira (18), os futuros com vencimento para outubro na Intercontinental Exchange US fecharam com alta de 5,81%, em US$ 0,21, após fecharem a terça com alta de 4,2%.

De acordo com Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, o movimento de alta nos preços não era previsto, ainda que fosse esperado um sentimento altista, em meio a seca no Centro-Sul, avanço das queimadas e a espera por chuvas.

“As chuvas devem retornar em outubro, pelo menos em canaviais de São Paulo, segundo os últimos boletins meteorológicos. As queimadas trouxeram um movimento de alta e os especuladores estão confortáveis no posicionamento vendido, voltando a comprar, ainda que seja um movimento especulativo, em meio as preocupações para safra no Centro-Sul.

O analista ressalta que o movimento pode estar atrelado a revisão de números por parte dos fundos, já que quando há um grande movimento de compra, resulte nesse efeito dominó para os preços.

“No lado macro, o corte de juros de 0,5 p.p dos EUA pelo Fed aumenta a busca por ativos de risco, um cenário positivo para as commodities. Acredito que seja mesmo uma reorganização dos fundos, com poucos vendedores ativos no mercado, assim como pelo hedge não tão adiantado no Centro-Sul para safra 25/26″.

O ponta pé nas safras globais de açúcar

Bonifácio comenta que as safras de importantes players do mercado de açúcar começam agora entre setembro e outubro, com projeções apontando crescimento produtivo na Europa, Tailândia e China.

“A Índia, por mais que não vá exportar, com expectativa de desviar mais açúcar para produção de etanol, conta com uma expectativa para uma safra boa, com estoques suficientes para atender o país. A grande incerteza fica para os problemas vistos no Centro-Sul e talvez o mercado esteja precificando isso. Vamos precisar de uma entressafra bem chuvosa para recuperar esse déficit hídrico”, discorre.