O dia seguinte de fundos imobiliários expostos à Americanas (AMER3), em recuperação judicial
Os fundos imobiliários expostos à Americanas (AMER3) têm dia misto na B3, após a varejista ter o pedido de recuperação judicial aceito pela justiça ontem. Parte deles se recuperam do tombo registrado na véspera, em meio ao susto com a decisão que pegou em cheio os FIIs.
Por volta das 12h35 (de Brasília) desta sexta-feira (20), o índice referência do setor (Ifix) tinha ligeira alta de 0,04%, aos 2.825 pontos, após atingir o menor nível do ano.
Fundos de maior liquidez, como GGR Copevi (GGRC11) e XP Log (XPLG11), exibem alta no pregão. Ontem, esses e outros fundos de logística atrelados à Americanas tiveram um forte volume de negócios, dando indícios de “onda vendedora” nas cotas, como ocorreu nos últimos dias após a varejista declarar dívidas de R$ 43 bilhões.
No horário acima, GGRC11 subia 1,4%, enquanto o XPLG11 tinha alta de 1%. Mas a maior valorização era do Mauá Capital Hedge (MCHF11), de 3,2%.
Em contrapartida, o fundo Tordesilhas EI (TORD11) tinha a maior queda, de 1,9%.
Fundos imobiliários e Americanas em recuperação judicial
Apesar da forte movimentação desses fundos expostos à Americanas ontem, o analista de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo, avalia que o momento é de cautela para os cotistas.
Segundo ele, caso seja feito um plano de enxugamento das operações da companhia, certamente algumas áreas locadas serão desocupadas, ao menos de forma parcial. Especialmente em imóveis com pior localização ou com contratos específicos.
A locação dos imóveis envolve escritórios administrativos, galpões logísticos e lojas físicas da Americanas. Araujo destaca que o fundo Vila Olímpia Corporate (VLOL11) é um dos que tem maior exposição à varejista, com 29% da receita vinculada à varejista.
O prédio, em São Paulo, abriga escritórios das empresas Ame Digital e Bit Services que fazem parte do grupo Americanas.
Procurados pelo Money Times, três fundos expostos à companhia evitaram comentar sobre a recuperação judicial. Porém, o VLOL11 divulgou um comunicado aos cotistas na quarta-feira (18) explicando que os contratos de locação firmados com as duas empresas do grupo Americanas correspondem a 1,5 mil metros quadrados e cerca de 14,54% de área do fundo.
Com isso, a gestora e a administradora do fundo, a RB Capital, reforçou que os aluguéis devidos até a data do comunicado foram pagos pelas locatárias.