Internacional

O dano irreparável de Trump: a desconfiança permanente da Alemanha

31 maio 2019, 7:31 - atualizado em 31 maio 2019, 7:53
Falta de consenso do presidente norte-americano incomoda chanceler alemã (Fonte: PIxabay)

Durante junho do ano passado a chanceler alemã Angela Merkel estava dormindo dentro de um avião sobre o oceano Atlântico quando repentinamente acordou no meio da noite.

O motivo seria um só: a reversão da palavra do presidente norte-americano Donald Trump sobre o acertado no âmbito comercial com todos os líderes do G7 no Canadá, conforme apurado pela reportagem da Bloomberg.

O enfurecimento de Merkel ocorreu após a chanceler alemã enfrentou diversos ataques desde que Trump assumiu o poder, sobre automóveis de luxo, gastos com defesa, Irã e gasodutos com a Rússia – atualmente em construção, além de negócios com a Huawei.

No entanto, a gota d’água – de acordo com a Bloomberg – foi o descumprimento da palavra de Washington em junho passado: Trump não era um parceiro no qual a Alemanha poderia confiar.

Gasoduto

Mesmo em caso de derrota de Trump nas eleições de 2020, devido a natureza beligerante com os outros países do mundo e a pressão internacional sobre as decisões aleatórias não cooperativas do mandatário norte-americano, as relações com Berlim não serão as mesmas: a Alemanha já iniciou novas alianças com outros países.

O exemplo mais significativo é o gasoduto submerso Nord Stream 2 acertado entre Moscou e Berlim, com capacidade de prover nada menos que 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural debaixo do mar Báltico.

“Nós temos que levar nosso destino muito mais em conta em nossas mãos no futuro se quisermos ser fortes”, afirmou Merkel na última sexta-feira em Munique.

Com universidade, sem Casa Branca

Na próxima quinta-feira (6), quando a chanceler visitará os EUA, Merkel realizará discurso na Universidade de Harvard, porém pulará visita a Casa Branca, movimento inédito em relação aos dois últimos anos.

“O presidente tem as opiniões dele, eu tenho as minhas”, disse Merkel à CNN. “Muito constantemente nós encontramos território em comum. Se não, então nós temos que continuar conversando e negociando”, completou.

Oficiais do governo norte-americano – segundo a Bloomberg – insistem que Trump respeita Merkel, porém existe certo desconforto e descompasso no cerne da relação de ambos.

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