Dólar

O câmbio no Brasil poderá vir abaixo de R$ 3,00: o motor da economia quebrou

02 ago 2017, 23:44 - atualizado em 05 nov 2017, 13:59

Paulo Gala é doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP) e economista da Fator Administração de Recursos

O mecanismo para entender o porquê é simples. Nossa recuperação de atividade é muito lenta: talvez em 3 anos consigamos retomar o patamar de produção de 2014. As importações que despencaram US$ 100 bilhões por ano desde o estouro da bolha, nesse patamar baixo continuarão.

Com isso, o superávit comercial seguirá na casa de US$ 50 bilhões em 2017, 2018 e talvez 2019. Isso, somado às reservas na casa de US$ 375 bilhões e investimentos diretos de US$ 70 bilhões ao ano, forçarão o câmbio abaixo de R$ 3,00. A Selic virá a 7% e não provocará outra bolha como a que se viu em 2012 (é muito difícil inflar duas bolhas na sequência).

Câmbio abaixo de R$3 e recuperação lenta vão manter a inflação na casa dos 4,25%. Com juros mais baixos, a trajetória da dívida pública melhora muito. A sobra de dólares trará nosso CDS abaixo dos 200 pontos. O Federal Reserve subirá juros lentamente até 2% só, pois a economia americana segue fraca.

Os preços de commodities estão “ok”, basta a China ser capaz de manter seu regime de câmbio quase fixo.

Trata-se de um cenário de altíssima probabilidade. Indústria, crescimento e produtividade serão ainda mais prejudicados por conta de nova sobrevalorização cambial.

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Balança comercial em 12 meses:

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CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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