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O bitcoin vai sobreviver às severas regulamentações dos EUA?

24 fev 2020, 11:27 - atualizado em 24 fev 2020, 11:30
A recente queda no preço do bitcoin foi resultado das iminentes e “significativas” regulações para cripto? (Imagem: Crypto Times)

O bitcoin recuou de sua alta de US$ 10.460 para uma baixa de US$ 9,517. Esse recuo é saudável ou o mercado reagiu à notícia de que Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, afirmou que novas e “significativas” regulações para cripto estão a caminho?

Até agora, regulamentadores dos EUA têm sido bem calculistas quando o assunto é ativos de blockchain.

Bitcoin foi classificado como propriedade pelo Departamento da Receita Federal (IRS) e ether não foi considerado um valor mobiliário financeiro. Só tokens de ofertas iniciais de moeda (ICOs) foram alvo da SEC. A maioria da comunidade cripto pode concordar que essas regulações fazem sentido.

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Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, alertou que regulações “significativas” para criptoativos estão a caminho (Imagem: YouTube/PBS NewsHour)

O Império Contra-Ataca?

Com o passar dos anos, a possível ameaça de uma grande medida repressiva e regulatória para cripto nos EUA foi diminuindo.

Hoje, cripto virou uma indústria multibilionária que emprega centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.

Além disso, grandes e influentes corporações, como ICE e Fidelity, agora estão bastante envolvidas com a indústria. Assim, regular cripto “do zero” parece algo bem improvável a esse ponto.

No entanto, nada disso impediu que Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, anunciasse que regulações “significativas” para criptoativos estão a caminho.

Em uma audiência do Comitê de Finanças no Senado dos EUA, no dia 12 de fevereiro, Mnuchin anunciou que muito tempo foi gasto ao focar em criptoativos, tanto entre agências como na FinCEN (Rede de Combate a Crimes Financeiros).

Além disso, ele anunciou que existem “alguns novos requisitos significativos na FinCEN” para certificar que a tecnologia progrida, mas “criptoativos não são usados para o equivalente a antigos números secretos de contas bancárias na Suíça”.

Mnuchin também declarou que ele compartilha da mesma preocupação do Senado, de que a falta de transparência nas transações de criptoativos significa que podem ser usadas por agentes maliciosos e anunciou que “você verá muito trabalho em muito pouco tempo” para solucionar o problema.

A narrativa “blockchain, não bitcoin” é a de adesão da tecnologia de blockchain, mas não a de amplo uso de criptoativos (Imagem: Pixabay/geralt)

Blockchain, não bitcoin

Enquanto a tecnologia de blockchain é amplamente adotada por empresas de startup e instituições do setor público em todo o mundo, o sentimento entre legisladores continua sendo bastante negativo em relação a criptomoedas.

Sem dúvidas, o sentimento de “blockchain, não bitcoin” ainda não sumiu apesar do crescimento da indústria cripto e do lobismo da Capitol Hill.

Neel Kashkari, presidente da Reserva Federal de Minneapolis, por exemplo, se referiu a criptomoedas como “uma grande lixeira”.

“No mundo dos criptoativos, existem milhares dessas porcarias de moedas por aí. Literalmente, as pessoas foram extorquidas em dezenas de bilhões de dólares e, finalmente, a SEC está se envolvendo para combater isso”, acrescentou ele durante um evento.

É claro que o presidente Trump também declarou, publicamente, seu descontentamento com bitcoin e criptoativos no Twitter em 2019.

Em seu famoso tuíte, ele disse: “não sou um fã do bitcoin nem de outras criptomoedas, que não são dinheiro, cujo valor é altamente volátil e baseado em nada. Criptoativos não regulados podem facilitar comportamento ilegal, incluindo tráfico de drogas e outras atividades ilegais”.

Os EUA continuam sendo um dos maiores mercados para cripto, o que significa que regulamentações rigorosas que restringem a atividade de mercado irão afetar negativamente os preços de mercado.

No entanto, o crescimento global na indústria cripto deve se manter firme conforme arbitragem regulatória está sempre em jogo para empresas internacionais.