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O bitcoin passou por seu primeiro teste real de resistência em março, afirma JPMorgan

15 jun 2020, 8:27 - atualizado em 25 out 2020, 9:03
JPMorgan realizou um estudo sobre o desempenho do bitcoin e dos criptoativos em geral para ver como resistiu à crise global ocasionada pelo coronavírus (Imagem: Pixabay/christopher_muschitz)

O bitcoin passou, com sucesso, por seu “primeiro teste de resistência real” durante a turbulência econômica global de março causada pela pandemia do coronavírus (COVID-19), segundo estrategistas do JPMorgan.

Em relatório publicado na semana passada e obtido pelo The Block, analistas do banco, comandados por Joshua Younger e Nikolaos Panigirtzoglou, afirmaram que o bitcoin raramente se desviou de seu valor intrínseco ou custo de mineração nos últimos meses e teve melhor desempenho que outras classes tradicionais de ativos, provando sua resiliência.

Também houve pouca busca por liquidez no mercado de criptoativos e a estrutura de mercado estava “mais resiliente” do que Forex, ações, tesouro e ouro, segundo os analistas.

O bitcoin teve uma das quedas “mais severas” em liquidez no auge da crise em março, “mas essa disrupção foi resolvida bem mais rápido do que outras classes de ativos. Neste momento, a profundidade de mercado do bitcoin está acima de sua média anterior de um ano, enquanto a liquidez em classes de ativos mais tradicionais ainda deve se recuperar”, afirmaram eles.

“Já que criptomoedas sobreviveram aos estresses de março, isso indica sua longevidade como uma classe de ativos”, acrescentaram eles”, mas “a ação de preço indica seu uso contínuo mais como um veículo para especulação do que um meio de troca ou reserva de valor”.

Figura 1: apesar de a bolha ter caído conforme inflacionou drasticamente, o bitcoin raramente foi negociado abaixo de seu custo de produção, incluindo as condições muito desordenadas que aconteceram em março… – preço atual do bitcoin e seu valor justo; sem unidade (Imagem: Bitinfocharts.com, JPMorgan)

Os estrategistas afirmam que há “pouca evidência” de que o bitcoin serviu como um ativo de refúgio, ou seja, “ouro digital” durante o pânico de mercado em março. Em vez disso, seu valor parece estar “altamente” correlacionado aos ativos de risco, como ações.

“Apesar de as correlações serem modestas e revertidas à média, bem próximas a zero nos últimos anos, recentemente subiram bastante em alguns casos (ações) e menos em outras (dólar americano, ouro). […] Isso sugere que criptomoedas foram negociadas junto com ativos de risco desde o início de março”, afirmaram os analistas.

Preço do bitcoin em 2020 (Imagem: The Block)

Stablecoins, moedas de valor lastreado em uma moeda nacional, também foram mencionadas no relatório do JPMorgan. Os estrategistas afirmaram que stablecoins, como tether (USDT) e USD Coin (USDC), passaram “quase ilesas” da turbulência.

“Esses tokens tiveram um comportamento relativamente ótimo — apesar da volatilidade diária ser bem maior do que o desejado por uma taxa de câmbio realmente gerenciada, não aumentaram consideravelmente em março. Assim, seu lastro aguentou firme as fases mais graves da crise”, acrescentaram eles.