O banco brasileiro que pagou o pato com risco de calote nos EUA
O Bradesco (BBDC4) caiu 3,05% na sessão desta quarta-feira (24) em dia de aversão ao risco. Tudo porque os Estados Unidos não chegaram a um acordo com o teto da dívida, o que pode fazer com que o país declare um calote.
Aqui no Brasil, o Ibovespa sofreu tombo de 1%, mesmo com a aprovação do tão esperado arcabouço fiscal. Rafael Passos, da Ajax Asset, explica que em momentos assim, o investidor costuma vender ações mais líquidas, como bancos.
Além disso, o analista lembra que o Bradesco subiu bem nas últimas semanas. Desde a mínima do ano em abril, quando chegou a R$ 12,57, o banco de Osasco saltou 23%.
“Querendo ou não, quando se tem essa aversão ao risco, ele acaba sendo penalizado porque é o banco que vem demostrando os maiores desafios”, coloca.
Para ele, do lado mais micro e de fundamento, o Bradesco entregou uma deterioração de carteira e indicadores piores do que os seus pares.
Nesta sessão, o Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,56%, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,36% e Santander (SANB11) teve queda de 0,44%.
Qual banco teve o pior 1T23?
O Itaú segue, no geral, como a ação preferida do setor, depois de alcançar o maior lucro já registrado em um primeiro trimestre entre os bancos de capital aberto listados na bolsa B3, segundo levantamento do TradeMap, com um valor de R$ 8,17 bilhões.
O banco adotou no último ano uma estratégia de crescimento que prioriza linhas com mais garantia, com spreads menores, sublinhou a analista Larissa Quaresma, da Empiricus. “A gente vê uma certa pressão no spread médio, mas melhora no spread após o risco. A estratégia é rentável para o banco”.
A analista afirmou que Santander e Bradesco ainda sofrem com inadimplência crescente, com “provisões para perda de crédito que só aumentam”.