Taxa Selic

O balde de água fria do Copom nas apostas de cortes de 0,75 pp na Selic

20 set 2023, 20:02 - atualizado em 20 set 2023, 20:02
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Decisão de manter cortes de 0,50 p.p. na Selic implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego, diz Copom (Imagem: Divulgação/BC)

O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (20), que anunciou o corte de mais 0,50 ponto percentual (p.p.) na Selic, dividiu opiniões.

Alguns analistas avaliam a postura da autoridade como ‘dovish‘ (leve), por seguir o plano do afrouxamento monetário conforme previsto. Outros, no entanto, classificam o comunicado como ‘hawkish‘ (duro), pois foi enfático em dizer que não haverão cortes maiores como esperado pelo mercado.

O que é unânime que o Copom jogou, mais uma vez, um balde de água fria nas apostas de cortes de 0,75 p.p. nos juros.

Segundos os membros do Comitê, dois motivos explicam a redução na mesma medida da reunião passada na taxa básica: o ambiente externo mais incerto e um cenário de desaceleração da economia brasileira.

O Copom entende que a decisão de repetir o corte de 0,50 p.p. na Selic é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Isso inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025.

Balde de água fria do Copom

O co-chefe de investimentos da Arton Advisors, Raphael Vieira, — que defende o lado ‘dovish’ — diz que o anúncio do Copom veio em linha com as expectativas para a reunião desse mês. Além disso, houve um componente interessante de unanimidade na decisão.

“O Banco Central reforçou a importância de se perseguir as metas fiscais e vai observar o conjunto de dados ao longo dos próximos meses para avaliar se esse ritmo de redução poderia ser passível de mudança”, avalia.

Já o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, — que vê uma postura ‘hawkish’ –, diz que o comunicado elimina totalmente a possibilidade que o mercado vinha precificando de uma queda de 0,75 p.p. ainda em 2023.

Os membros ressaltam que há incerteza com relação ao mercado externo, preocupação com relação a resiliência da atividade aqui no Brasil e com a questão do fiscal. Esses pontos podem impactar na ancoragem das expectativas inflacionárias, explica.

“O comunicado ressalta ainda que tem que é necessário ter serenidade e moderação com relação ao processo de flexibilização monetária. Ou seja, indicando que o comitê vai ser cauteloso com relação a esse ritmo de corte da taxa de juros”, avalia.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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