AgroTimes

O balanço da Raízen (RAIZ4) no 2T25, segundo analistas

13 nov 2024, 15:03 - atualizado em 13 nov 2024, 18:16
raízen raiz4
(Foto: Divulgação)

Raízen (RAIZ4), a maior produtora de etanol a partir da cana-de-açúcar do mundo, registrou um prejuízo líquido de R$ 158,3 milhões no segundo trimestre da safra 2024/2025 (2T25). A ação fechou a quarta-feira (13) com queda 6,04%, atrás apenas do IRB(Re) IRBR3

Tanto o BTG Pactual, quanto a XP Investimentos, viram resultados mistos. A XP destaca o resultado positivo na receita líquida, impulsionado principalmente por maiores vendas de etanol, com a empresa bem posicionada para capturar melhores oportunidades na entressafra, juntamente com desempenhos positivos no açúcar, especialmente no trading.

Segundo a XP, a perda no Ebitda ajustado (queda de 1,7%) seu deu pelo etanol, com um mix pior entre hidratado/anidro vs. usos especiais e exportações, que foi de R$ 3.663 milhões (-3% a/a e -5% vs. XPe).

Na visão da casa, o risco de novas estratégias de reciclagem de portfólio com a chegada da nova gestão é um risco para investidores em posição short. A XP recomenda compra e preço-alvo de R$ 6 para a ação (potencial de alta de 138,10%).



“Juntamente com seus lucros, a companhia anunciou um contrato de venda de 900 mil toneladas de cana-de-açúcar para Usina Alta Mogiana (equivalente a R$ 300 milhões após impostos) – positivo para a geração de caixa, mas imaterial para a alavancagem –, e o início dos testes e comissionamento de mais duas plantas de E2G, para as quais mantemos uma visão mista, pois a Raízen informou que a margem de contribuição do E2G aumentou para 52%, embora continue queimando caixa nos próximos anos. “, vê Leonardo Alencar e equipe.

BTG recomenda compra para RAIZ4, mas não vê catalisadores

Após divulgar sua prévia operacional, o BTG já havia reduzido suas expectativas trimestrais, além de levantar preocupações de que a Raízen não atingiria seu guidance anual de processamento de cana-de-açúcar. Os analistas recomendam compra e preço-alvo de R$ 7 (potencial de alta de 178%).

De acordo com o banco, os resultados confirmaram as expectativas, com os volumes anuais de cana, que devem ficar 5% abaixo do que o previsto inicialmente e uma perda de 6% no Ebitda, em R$ 3,8 bilhões, graças a margens de distribuição de combustível menores do que o esperado.

Já a divisão de açúcar, etanol e renováveis ​​da Raízen relatou um Ebitda ajustado de R$ 2,5 bilhões, 7% acima da estimativa do BTG, com uma margem unitária de R$ 681/tonelada de ATR equivalente vendido. O negócio de combustíveis, por outro lado, viu uma margem de R$ 130/m3, abaixo de seus principais pares e 12% abaixo da estimativa do banco, com volumes também com desempenho inferior (-6% a/a, implicando outra rodada de perda de participação de mercado).

“Acreditamos que 2024 é um ano crucial para a empresa demonstrar os retornos sobre seus investimentos recentes. Embora o recente declínio no preço das ações pareça justificado com base em tendências macro e preocupações com a execução, ainda temos um capex em queda, um ciclo de precificação de S&E (açúcar e etanol) positivo e margens downstream relativamente mais saudáveis, permitindo um ciclo de desalavancagem muito necessário a partir do ano que vem”, apontam Thiago Duarte e equipe.

Citi viu números fracos no 2T25

Na visão do Citi, os números do 2T25 foram fracos devido aos impactos de incêndios nos canaviais e menores margens no segmento de Mobilidade.

Como previsto pelo banco, a empresa provavelmente não irá atingir sua meta de moagem de 82 milhões de toneladas de cana, reduzindo sua previsão para 78,5 a 80 milhões de toneladas.

A receita líquida e o Ebitda ajustado da Raízen vieram em linha com o esperado. Os melhores resultados para açúcar foram compensados pela piora no segmento de Renováveis e margem Ebitda ajustada menor na operação de Mobilidade.

O Citi conta com recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 4,50 e potencial de alta de 69,8% sobre o fechamento de terça.