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O ambicioso plano do Inter (INBR32) para os próximos anos

21 jan 2023, 9:00 - atualizado em 20 jan 2023, 15:51
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Inter está focado em superar o patamar de 60 milhões de clientes nos próximos anos (Imagem: Divulgação/Inter)

A alta administração do Inter (INBR32) compartilhou durante o Investor Day os planos ambiciosos da companhia para os próximos cinco anos.

Mesmo sem um guidance oficial, o Inter está focado em superar o patamar de 60 milhões de clientes e alcançar o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 30%. O BTG Pactual, por exemplo, estima 15% de ROE para o banco em 2027.

A administração ainda sinalizou sua intenção de atingir uma carteira de crédito de R$ 100 bilhões e R$ 5 bilhões em lucro líquido até o ano de 2027, ante projeções de, respectivamente, R$ 68 bilhões e R$ 1,6 bilhão do BTG.

“Questionada sobre o que esperar para os próximos 6 a 12 meses, a administração afirmou que o plano é seguir em frente com o projeto iniciado em 2022, alocando melhor seu capital, focando no crescimento da receita e de olho na eficiência de custos para aumentar o lucro e o ROE”, comentam os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, em relatório publicado pelo BTG na quinta-feira (19).

O Inter acredita que o ROE deve ficar em torno de um dígito médio este ano, em linha com consenso do mercado.

Por ora, “compra”

O BTG reiterou a recomendação de compra para o ADR (American Depositary Receipt) do Inter, com preço-alvo de R$ 19.

Para o banco, o Inter é “uma das melhores plataformas para pessoas físicas, com uma marca forte capaz de atrair depósitos ao mesmo tempo em que oferece diversos produtos e uma ótima experiência do usuário.

Analistas da instituição também enxergam um desconto no ativo, com a ação negociada a 0,7 vez o valor patrimonial mais recente do grupo controlador.

“O valuation parece barato para uma franquia tão boa”, reforçam.

O BTG ressalta, no entanto, que os investidores têm precificado uma percepção de falta de sustentabilidade do capital.

No curto prazo, o BTG avalia que o cenário continuará desafiador, com os resultados do quarto trimestre ainda sob pressão.

O BTG ainda acredita que o principal risco para a tese de investimento é a demora do ROE para melhorar, levando a uma diminuição do capital mais rápido do que o esperado.

“Se o Inter&Co começar a oferecer maior rentabilidade no curto prazo, os investidores poderão começar a dar o benefício da dúvida para a empresa”, completa a instituição.