O alívio para Via (VIIA3) frente ao prejuízo de R$ 492 milhões; ações saltam 7%
As ações da Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e do Ponto, subiam 7,10%, a R$ 1,96, por volta das 10h45 do pregão desta sexta-feira (11), após entrarem em leilão. O movimento segue o resultado do segundo trimestre de 2023 da varejista, que fechou o período com prejuízo de R$ 492 milhões.
Segundo Luiz Guanais e equipe do BTG Pactual, o trimestre foi “desafiador” para a varejista, mas os investidores estão de olho na estrutura de capital e no novo plano estratégico. Procurada pelo Money Times, a companhia disse que o CEO Renato Franklin irá conceder entrevista coletiva hoje às 15h55 para comentar o balanço.
Na análise do banco, o volume bruto de mercadorias (GVM) ficou estável, frente a um cenário “desafiador e competitivo” para comércio eletrônico e categorias cíclicas. A Via teve GMV consolidado de R$ 11 bilhões, enquanto o GMV online caiu 1% ano a ano. Com isso, a receita bruta ficou em R$ 8,9 bilhões, com vendas de produtos caindo 2% e receitas de serviços em queda de 7%.
Por outro lado, a pressão da margem bruta deu o tom do trimestres. A margem foi de 28,5%, impulsionada por vendas fracas, um mix de categoria pior e redução de estoque. Mas as despesas com vendas, gerais e administrativas caíram. Assim, o Ebitda ajustado foi de R$ 469 milhões, queda de 32%, com margem de 6,3%.
Os analistas do BTG continuam cautelosos com a tese da Via, devido às perspectivas competitivas do comércio eletrônico, altos custos de captação e incerteza na monetização de créditos fiscais. Isso, segundo eles, pode prejudicar a capacidade da varejista de investir no crescimento das operações e afetar a estrutura de capital.
A recomendação para a VIIA3 é neutra, com preço-alvo em R$ 3. “O segundo trimestre mostrou GMV fraco, enquanto a desalavancagem operacional chamou a atenção, reforçando a perspectiva desafiadora para a Via no curto prazo”, avaliam.
Mais cor para Via à frente
Junto ao balanço do 2T23, a Via também revelou seu novo plano estratégico, trazendo “mais cor” para os investidores e ressaltando o foco em rentabilidade, avalia a equipe do BTG.
Entre os destaques do plano está o modelo de gestão baseado em métricas de margem e ciclo de caixa, com redução significativa nas despesas com pessoal — com impacto anual esperado de R$ 370 milhões no EBT até 2025.
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Além disso, a ideia da Via é otimizar o footprint da loja, com potencial fechamento de 50 a 100 lojas em 2023. Isso acarretaria em um redução de GMV de 2% a 3%, com melhoria de R$ 80 milhões a R$ 150 milhões no EBT e redução de estoque de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões até 2025.
Outros pontos também importantes são a migração das categorias de margem negativa de vendas 1P para 3P; as mudanças no modelo de captação de crédito via FIDCs; e a redução e otimização de Capex, capital de giro e alocação de capital.
“A nova administração revelou uma série de iniciativas para lidar com a pressão de margem e melhorar o FCF, que também deve ver a Via reduzindo as operações enquanto se concentra em categorias mais lucrativas”, avaliam os analista do BTG, em relatório.