O alívio para Oi (OIBR3) em meio às incertezas, segundo o BTG
A Oi (OIBR3) vive momento de incertezas diante das dúvidas em torno da sua recuperação. Notícias negativas, como o pedido da Vivo (VIVT3), Claro e Tim (TIMS3) para devolução de parte do dinheiro da venda das suas operações, somado a um plano de grupamento considerado agressivo por analistas, arrastaram o papel para abaixo de R$ 0,30.
Porém, nem só de más notícias vive o investidor da Oi. O BTG destaca, em relatório enviado a clientes, que a injeção de capital na empresa de fibra ótica, a V.tal, é positiva.
Ao todo, o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) irá investir R$ 2,5 bilhões na companhia.
Além disso, a Oi comunicou que a operação será feita por meio de um aumento de capital, a um preço de emissão de R$ 1,42 por ação.
Dessa forma, o fundo de infraestrutura do BTG ficará com 65,9% (9,7% da CPP) e a Oi com os 34,1% restantes.
Para os analistas do BTG, é relevante o prêmio de 15% pago pela CCP sobre o valor pago pelo fundo de infraestrutura do BTG Pactual.
Porém, o banco destaca que a Oi sofreu outra diluição significativa de sua participação na V.tal. No próximo ano, a participação da tele deve passar por outro ajuste, reduzindo sua fatia na companhia de vibra ótica para 30,8%.
“Conforme explicamos em nosso último relatório, estimamos que a V.tal tenha um valor da firma de R$ 32,8 bilhões”, diz.
Na visão do BTG, a participação da empresa na V.tal é extremamente importante, pois pode ser utilizada para renegociar suas dívidas.
Uma das possibilidades é a Oi vender sua participação em um potencial IPO (o que a V.tal quer fazer em 2023) ou usá-la como garantia para estender suas dívidas.
“Embora a diluição tenha ocorrido em um valuation superior ao pago pelo BTG, o número ainda é inferior ao que estimamos em nosso modelo, fazendo com que o valor da participação da Oi diminuísse em relação às nossas estimativas anteriores”, completam.
Outra boa notícia para Oi
Outra boa notícia para a operadora é que a Tim começou a utilizar a rede da V.tal, destaca o BTG.
“Ainda não temos muitas informações, pois nada foi divulgado oficialmente pela operadora. No entanto, a nosso ver, é uma boa notícia tanto para a TIM quanto para a Oi/V.tal”, coloca.
Apesar da Tim ser concorrente da Oi, “não acreditamos que esse movimento tenha um impacto significativo na base de assinantes da Oi, pois capturar clientes que já estão conectados via fibra não é uma tarefa fácil”.
“Faria mais sentido para a Tim concentrar seus esforços comerciais em regiões onde competiria com players menores ou empresas que operam com tecnologias inferiores (cobre e cabo coaxial)”. completa.