Internacional

NYT mostra que frigoríficos vendiam mais para a China, mas alertavam para a falta de carne suína

16 jun 2020, 14:06 - atualizado em 16 jun 2020, 14:22
Porcos, Suinos
Suinocultura dos Estados Unidos aumenta a dependência da China em plena pandemia (Imagem: Pixabay)

Enquanto as empresas processadoras de carne suína ainda advertem as autoridades dos Estados Unidos, quanto a pandemia estar levando riscos ao suprimento do mercado doméstico, o New York Times revelou que já em abril, quando o alarme foi dado pela Smithfield Foods e Tyson Foods, o setor embarcou volume recorde à China.

A reportagem demonstra, na edição desta terça (16), que se haveria problema no abastecimento interno, inclusive por trabalhadores com a covid-19 e plantas paralisadas, este poderia ter sido administrado com controles sobre as vendas externas, além de revelar a dependência crescente do consumo chinês em plena aceleração da doença nos Estados Unidos.

A publicação americana mostra que hoje chinesa Smithfield, sob domínio acionário da WH Group, exportou 9,1 mil toneladas, “um de seus maiores totais de exportação mensal para esse mercado nos últimos três anos”.

A outra gigante Tyson Foods, que havia declarado que “milhões de quilos de carne desaparecerão”, enviou 1,2 mil/t também em abril, a maior quantidade mensal desde janeiro de 2017.

Na soma do setor, de acordo com o NYT, o Departamento de Agricultura (USDA) registrou o total recorde de 129 mil/t de carne suína produzida e transacionada com a China no mês 4, de uma soma geral de 291 mil/t – 22% sobre abril de 2019.

Em paralelo à observação de que o acordo comercial sino-americano, em sua 1ª fase, passou a valer para o setor suinocultor, com quedas nas tarifas, enquanto as rusgas entre Donald Trump e Pequim poderiam indicar o contrário, o jornal americano também desmente uma particularidade do comércio defendida pelas empresas.

Se um dia as compras chinesas foram quase que totalmente de pés, caudas e outras partes que não estão no cardápio dos americanos, não são mais. 40% das exportações em abril já foram de carcaças inteiras, também de acordo com os dados do USDA. E o NYT avalia, ouvindo analistas, incluindo a Panjiva, a unidade de pesquisa em cadeia de suprimentos da S&P Global Market Intelligence, que o total pode ser maior.

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