Mercados

NYSE: Nubank abrir capital nos EUA e ter BDRs no Brasil é inovação que deve virar tendência

09 dez 2021, 19:23 - atualizado em 09 dez 2021, 20:16
David Velez, Fundador e CEO do Nubank, na Bolsa de Nova York (REUTERS/Brendan McDermid)

O Nubank (NU) fez a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de Nova York (NYSE) nesta quinta-feira (9).

Em vez de abrir capital somente nos Estados Unidos ou de fazer ofertas por lá e também no Brasil, o Nubank decidiu vender, na B3, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados emitidos no Brasil que possuem como lastro ações emitidas no exterior).

Para o  chefe de mercado internacionais da NYSE, o brasileiro Alex Ibrahim, o modelo adotado pela companhia é “totalmente inovador” e tem tudo para virar uma tendência entre empresas da América Latina.

“Ultimamente o IPO tem sido a forma preferida de entrar no mercado americano para as empresas de tecnologia. O que o Nubank fez foi totalmente inovador. Nos próximos meses devemos ver empresas seguindo o mesmo modelo do Nubank”, disse Ibrahim em entrevista ao Money Times.

“Esse é um modelo interessante, porque você pode estar no mercado americano, na frente de fundos de capitais e investimentos, e, ao mesmo tempo, no mercado local, você tem acesso ao varejo brasileiro, aos fundos de investimento”, afirmou.

A escolha de abrir capital no mercado americano também deve virar algo que as empresas latinas farão cada vez mais nos próximos meses, inclusive as brasileiras.

Segundo Ibrahim, isso acontece porque o acesso a capitais para investimento é maior nos Estados Unidos.

Vitrine internacional

“Uma combinação de coisas contribui para que as companhias façam seu IPO nos EUA. Algumas empresas optam por estar no mercado americano por ter um acesso maior aos investidores, mas também querem ter acesso ao mercado local, o que também é importante. Outros fatores, como os juros baixos no país, também são levados em conta”, afirmou.

O principal benefício de fazer o IPO nos Estados Unidos, para Ibrahim, é a exposição que isso traz para a companhia.

“Acredito que empresas como o Nubank, a Vtex, que listaram com a gente este ano, criam uma oportunidade de os investidores olharem para as empresas de outro modo. Isso cria mais um produto para os investidores olharem a região, e procuram essas empresas por uma forma de proximidade — investir no Nubank é como investir na América Latina, porque você toca vários investidores no mercado local”, disse.

Assista à cerimônia de estreia do Nubank na Bolsa de Nova York

O movimento de empresas do Brasil e do restante da América Latina de abrir capital nos EUA acontece em um período de acirrada guerra comercial entre China e Estados Unidos, o que fez com que a gigante de transporte por aplicativos Didi Chuxing desistisse de ter ações negociadas em Wall Street.

Conforme citou a Reuters, essa decisão pode ser seguida por outras companhias do país asiático.

Mas, apesar disso, as empresas da América Latina não devem ser diretamente afetadas pela guerra comercial, segundo Ibrahim.

China não atrapalha

Isso porque, para o líder de mercados internacionais da NYSE, os investidores que olham para a China e para a região sul da América são bastante diferentes.

“O investidor que olha para a China não está olhando para a América Latina; alguns fundos podem olhar para mercados emergentes, mas porque a China fechou, não necessariamente vai criar uma onda de IPOs vindos do Brasil. São mercados distintos”, explicou.

Mesmo assim, abrir IPO em bolsas americanas continua a ser bastante interessante para as companhias latinas.

“Enxergamos uma coisa importante aqui: o investidor do varejo americano tem participado bastante dos IPOs que têm vindo para o mercado”, afirmou.

 

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
tamires.vitorio@moneytimes.com.br
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