Nvidia (NVDC34): Diretor-executivo acredita que mercado de microchips não está saturado, ‘há espaço para todos’; veja
A Nvidia (NVDC34) reportou seus resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) na última quarta-feira (23), apresentando alta de 628% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a US$ 14,88 bilhões.
Para a receita, o mercado projetava um aumento de mais de 200%, mas acreditava que a Nvidia encontraria dificuldades para corresponder às estimativas, sinal evidenciado pela valorização de 90% das ações desde o início do ano. Entretanto, a companhia ultrapassou as expectativas e reportou receita de US$ 26,04 bilhões, alta de 262% na comparação anual.
O valor de mercado da Nvidia, hoje, é o terceiro maior do mundo, atrás apenas de Microsoft (MSFT34) e Apple (AAPL34), superior a US$ 2,3 trilhões.
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Jensen Huang, fundador e CEO da NVIDIA, afirmou que “a Inteligência Artificial (IA) trará ganhos significativos de produtividade para quase todos os setores e ajudará as empresas a serem mais eficientes em termos de custo e energia, enquanto expandem as oportunidades de receita”.
Ao Money Times, Marcio Aguiar, diretor-executivo de vendas corporativas para a América Latina na Nvidia, comentou sobre os resultados reportados pela gigante e as relações da empresa com o Brasil.
Nvidia: O que esperar para os resultados de 2T24?
Para o diretor-executivo de vendas corporativas, é difícil oferecer previsões exatas para o que o futuro promete para a Nvidia. Entretanto, há uma perspectiva de receita para o segundo trimestre no valor de US$ 28 bilhões, algo atribuído a um trabalho de anos e que não começou apenas com o “boom” da IA generativa recentemente.
De fato, o trabalho é antigo. A Nvidia foi fundada em 1993 e lançou sua primeira GPU (unidade de processamento gráfico) seis anos depois, a GeForce 256. Posteriormente, em 2016, foi apresentado o primeiro supercomputador de IA generativa do mundo, feito pela empresa, que trabalhava com o conceito de deep learning.
Sobre o ciclo de juros nos Estados Unidos (EUA) e a promessa de que as taxas podem continuar mais altas por mais tempo, Aguiar acredita que as empresas serão afetadas de forma parecida.
“Embora um cenário de juros baixos seja ideal, continuamos focados na inovação e em cumprir nossas promessas. Nosso crescimento de 226% até agora demonstra esse comprometimento eficaz”, afirma.
Ele ainda complementa: “continuaremos a inovar e entregar o que prometemos para manter nossa posição de liderança no mercado”.
Disputa avança no setor de microchips
O diretor-executivo da Nvidia acredita que o mercado de microchips não está saturado, mas apenas começando, com uma demanda maior por GPUs para IA e outras aplicações, mostrando que “há mercado para todos”.
Em abril deste ano, a Intel (ITLC34) detalhou uma nova versão de seu chip de Inteligência Artificial, o novo processador Gaudi 3, computando também respostas generativas de IA.
A AMD (A1MD34) também lançou seus chips Instinct MI300 para competir no setor acirrado, prometendo investir no mercado de computadores pessoais com Inteligência Artificial, algo que nomes como Microsoft já testam.
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Entre os desafios para o setor, Aguiar cita a falta de conhecimento técnico acerca da IA e a necessidade de aprimorar o processamento de dados e garantir que as corporações utilizem as GPUs para obter máximo retorno sobre os investimentos.
“Precisamos continuar inovando e oferecendo soluções integradas para manter a qualidade de nossas entregas e também a liderança da empresa no setor”, complementa.
Gigante dos semicondutores no Brasil
Algo reiterado pelo executivo é a parceria da gigante dos semicondutores com universidades e startups no Brasil. Uma provável soberania brasileira na Inteligência Artificial generativa, entretanto, também passa pela qualificação de técnicos e outros profissionais para o avanço do assunto no país, diz Aguiar.
Instituições brasileiras, como a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal de Goiás (UFG), possuem uma relação de proximidade com a empresa, sendo consideradas Centros de Ensino CUDA (Compute Unified Device Architecture).
Elas usam GPUs da Nvidia e arquitetura CUDA para o desenvolver projetos que utilizam o poder de processamento das unidades gráficas, além de sessões de treinamentos técnicos online.
Sobre o cenário brasileiro, Aguiar afirma que a companhia está empenhada em desenvolver mais competências técnicas no país e não apenas consumir produtos desenvolvidos fora. A ideia é incentivar e exportar inovações próprias.