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Nvidia ganha quase US$ 200 bi e pode bater maior valorização diária da história; ‘resultados do 1T23 são inesquecíveis’

25 maio 2023, 12:33 - atualizado em 25 maio 2023, 12:33
Nvidia
A Nvidia (Imagem: REUTERS/Tyrone Siu)

“A Nvidia divulgou resultados que muitos dos seus investidores nunca esquecerão”, diz o Itaú BBA. O comentário é uma amostra do tamanho do êxtase que contagia os mercados, após a empresa de chips ter divulgado seus números de lucro e receita referentes ao primeiro trimestre do ano.

Contrariando as expectativas mais conservadoras dos analistas, a Nvidia reportou uma receita trimestral de US$ 7.19 bilhões e lucro de US$ 2.04 bilhões. Ambos, acima do consenso. 

Com isso, as ações da tech abrem o pregão desta quinta-feira (25) disparando mais de 24%. No pre market, a valorização do papel da Nvidia superava os 27%, desempenho que se alcançado até o final do dia concederá à empresa o título de maior valorização diária da história do mercado. 

Este recorde tinha sido batido pela Apple (AAPL) em novembro de 2022, quando a empresa recolheu US$ 191 bilhões em um dia. Agora, a Nvidia pode superar a Big Tech com um avanço intradia de US$ 200 bilhões, o que lhe traria uma capitalização de mercado que resvala o US$ 1 trilhão.

No ano, o papel da empresa acumulou 155% no ano, sendo de longe a empresa que mais ganhou na Bolsa de Nova York. A BDR listada na B3 subiu 148% desde o início de 2023.

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IA vive seu momento iPhone e Nvidia surfará a onda

Para o CEO da Nvidia, Jensen Huang, a “inteligência artificial está vivendo o seu momento iPhone”. Com a fala, Huang explica que a IA rompeu a bolha ‘tech’. Assim, se tornou uma ferramenta de fácil acesso, com múltiplas aplicações e muitos atores interessados.

Esta súbita demanda coloca a Nvidia na crista da nova onda de inovação.Desde sua fundação na década de 1990, a empresa se dedica a desenhar as plataformas computacionais de alta tecnologia, dada a expertise que possuem em semicondutores.

Na geração atual de produtos oferecidos pela empresa, já adaptáveis às novas aplicações em inteligência artificial, o destaque fica por conta das unidades de processamento gráfico (GPUs), consideradas as mais rápidas do mundo, além dos data centers.

Não ao acaso, são esses os dois segmentos responsáveis pelo resultado histórico da Nvidia. O segmento de Data Center reportou uma receita de US$ 4.28 bilhões, 9,5% acima do consenso; já o segmento de Gaming, onde se encaixa as placas de vídeo ‘GPUs’, a receita foi de US$ 2.24 bilhões, 12.9% acima do consenso.

Nesse contexto virtuoso, a empresa manteve alta rentabilidade durante o trimestre, com a margem bruta (não-GAAP) navegando em 66.8%. A análise é do Itaú BBA.

Um ‘guidance’ para ficar na história

Ainda mais impressionante que os resultados do trimestre, foi a projeção (guidance) que a empresa deu aos investidores na teleconferência veiculada ontem. Para o segundo trimestre deste ano, a Nvidia espera alcançar receita de US$ 11 bilhões, número 57% maior que o consenso dos analistas.

“O earning call foi muito entusiasmante para o investidor. A Nvidia está bem preparada para abocanhar o crescimento [em IA]”, comenta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Com os resultados do trimestre, a Nvidia sacramentou o status de ‘queridinha’ de Wall Street. Diversos analistas do mercado americano reforçaram a sua recomendação de compra para o papel, citando um potencial ainda contínuo de crescimento para tecnologias de IA que utilizarão das soluções oferecidas pela Nvidia.

A ressalva feita por Castro Alves é que o papel da empresa parece ainda esticado, em termos de valuation.