ESG

Número de novos fundos ESG despenca com maior escrutínio

24 out 2022, 9:38 - atualizado em 24 out 2022, 9:38
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“O aumento do escrutínio regulatório e da fiscalização neste mercado tem mudado o comportamento”, disseram analistas do Jefferies no relatório (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O número de novos fundos ESG mostra forte queda à medida que gestores de ativos freiam o redirecionamento de produtos existentes em meio ao aumento do escrutínio regulatório.

As reclassificações de fundos que alegam atingir metas ambientais, sociais ou de governança (ESG, na sigla em inglês) caíram 84% na comparação anual, lideradas por uma desaceleração na Europa, segundo dados compilados pelo Jefferies.

Novos fundos ESG criados do zero caíram 60% no mesmo período, marcando a primeira vez que o redirecionamento não liderou o crescimento do setor.

“O aumento do escrutínio regulatório e da fiscalização neste mercado tem mudado o comportamento”, disseram analistas do Jefferies no relatório.

Reguladores da União Europeia, Reino Unido e EUA investigam fundos ESG em meio a preocupações crescentes de que gestores de ativos interessados em vender produtos estejam prometendo mais do que podem entregar.

Para atender à demanda, gestores tendem a renomear produtos existentes em vez de colocar novos no mercado. Isso levantou questões sobre as credenciais ESG dos fundos e gerou questionamentos sobre o chamado greenwashing, ou a prática de maquiar produtos com o selo verde.

Uma análise recente da PwC mostrou que dos 8.017 fundos do Artigo 8 – uma designação da UE que exige um produto para “promover” a sustentabilidade – apenas 989 eram novos no fim do segundo trimestre.

O resto correspondia a reclassificações de fundos existentes. Uma análise semelhante de 1.061 fundos do Artigo 9 – segundo os quais um produto precisa ter a sustentabilidade como seu “objetivo” – mostrou que apenas 286 eram novos.

Uma investigação sobre produtos do Artigo 9 por autoridades suecas no mês passado identificou “muitos casos” em que gestores não forneceram as informações necessárias.

O regulador de Estocolmo se reunirá com representantes da indústria para discutir os dados e advertiu que agirá para eliminar falsas alegações sobre ESG.

Investidores institucionais e de varejo têm pedido que reguladores tomem mais medidas para prevenir o greenwashing após anos de crescimento desenfreado do setor de ESG.

Uma análise da PwC revelou que 71% dos investidores institucionais querem requisitos regulatórios para ESG mais fortes com o objetivo de orientar ações do setor de gestão de fundos. A esperança é que regras extras “possam atuar como uma alavanca importante para construir confiança e diminuir o risco de rotulagem incorreta”, de acordo com a PwC.

Gestores de ativos culpam a ausência de regras claras e consistentes. A UE liderou o movimento com a implementação de seu Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis em março de 2021, mas o marco inovador foi criticado desde então por falta de clareza em torno de conceitos-chave.

Por exemplo, reguladores da UE ainda aguardam que a Comissão Europeia forneça orientações detalhadas sobre o que significa “investimento sustentável”.

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