Nubank (NU;NUBR33) atingiu o pico após salto de 90%? Para Itaú BBA, ação ainda tem fôlego
As ações do Nubank (NU) negociadas em Nova York vêm surpreendendo com uma boa performance em 2023. No ano, os papéis já acumulam salto de aproximadamente 90%, levantando junto os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês) da empresa (NUBR33), que sobem 72% no mesmo período.
O Nubank conseguiu sair das mínimas para engatar um rali movido por expectativas positivas envolvendo o ciclo de aperto monetário no Brasil e nos Estados Unidos.
Apesar do comunicado mais hawkish (agressivo) do Banco Central nesta quarta-feira (21), que pegou o mercado de surpresa ao não sinalizar que um corte de juros da Selic acontecerá em agosto, analistas ainda enxergam potencial para o roxinho.
É o caso do Itaú BBA, que elevou o preço justo da ação para US$ 9,50, o que ainda implica um potencial de valorização de 23,2%. A recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”).
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A atualização do preço-alvo se baseia em estimativas maiores e menor custo de capital, explica a instituição.
“O ambiente macro ainda não virou para o cliente brasileiro, mas esperamos que os resultados do segundo trimestre de 2023 do Nubank confirmem a sua habilidade de entregar lucros e KPIs (indicadores-chave de desempenho)”, comentam Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, do time de análise de Bancos e Serviços Financeiros.
O BBA destaca que o Nubank tem conseguido monetizar a base de clientes, adicionando soluções inteligentes para venda cruzada de empréstimos altamente rentáveis. Ao mesmo tempo, a companhia mostra os primeiros sinais de sucesso na originação da folha de pagamento.
“Empréstimos consignados [do Nubank] apenas começaram, especialmente na divisão de empregados federais. Acreditamos que as taxas atrativas e a experiência levarão a um ritmo rápido de originação”, defendem os analistas.
O BBA acredita que o custo do risco está chegando ao pico agora, e o ciclo deve se afrouxar em 2024. A corretora destaca que a inflação está desacelerando e existe um atraso de 12-16 meses entre a queda e o declínio dos NPLs (empréstimos inadimplentes) para cartões e empréstimos pessoais.
“O Nubank também ajustou seus padrões de originação e está agora fortemente posicionado para colher os benefícios de um ciclo de crédito melhor”, completa.