Nubank (NUBR33) reduz prejuízo a US$ 66,2 milhões em primeiro balanço pós-IPO

O Nubank (NUBR33) divulgou seu primeiro balanço pós-IPO (oferta pública inicial deações). Os resultados desta terça-feira (22), referentes ao quarto trimestre de 2021, mostram um prejuízo de US$ 66,2 milhões. No mesmo período de 2020, o banco havia reportado montante negativo de US$ 107,1 milhões.

Sob base ajustada, a companhia registrou lucro líquido de US$ 3,2 milhões, ante valor positivo de US$ 15,8 milhões dos últimos três meses de 2020.

O lucro líquido ajustado é uma medida não IFRS calculada usando o lucro líquido e acrescentando:

(i) as despesas de remuneração baseada em ações;
(ii) a amortização de intangíveis, (iii) as despesas (dedução de receita) referentes ao Programa de Clientes relacionado ao IPO (NuSócios); e
(iv) os efeitos fiscais alocados a esses itens.

No acumulado de 2021, o Nubank reportou prejuízo de US$ 165,3 milhões, uma melhora de 3,6% sobre o ano anterior, e lucro líquido ajustado de US$ 6,6 milhões (versus prejuízo ajustado de US$ 26,8 milhões em 2020).

No trimestre, o Nubank atingiu US$ 635,9 milhões em receita, representando um salto de 214% no comparativo anual. No ano, a receita totalizou quase US$ 1,7 bilhão, número recorde para a companhia e representando uma expansão de 130,4% sobre 2020.

A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC) trimestral foi de US$ 5,60, representando um aumento de
66,2% comparado com o quarto trimestre de 2020. Em 2021, o indicador atingiu US$ 4,50, aumento de 24,3% no comparativo anual.

As despesas operacionais saltaram 208,9% no quarto trimestre, chegando a US$ 315,4 milhões. De acordo com o Nubank, o principal fator para o aumento na linha foi a conta de despesas gerais e administrativas, que aumentou 174,8% na comparação ano a ano, refletindo principalmente o aumento da remuneração baseada em ações devido ao efeito dos imposto decorrentes da valorização das ações em 2021 como resultado do IPO e a expansão do número de colaboradores durante o período.

As despesas de suporte ao cliente e operações também dispararam, dado o aumento significativo do número de clientes, que totalizaram 53,9 milhões ao fim de dezembro do ano passado, e os investimentos realizados na plataforma visando melhorar a experiência dos usuários.

Os depósitos totalizaram US$ 9,7 bilhões ao fim do ano, ante US$ 5,6 bilhões em igual período de 2020.

O que o mercado esperava

Mais cedo na terça, o UBS BB divulgou um relatório apontando que os resultados da companhia deveriam ser fortes. Segundo a instituição, a fintech atingiria o  breakeven com os resultados, como é chamado ponto de equilíbrio, semelhante às expectativas de consenso do mercado.

O UBS BB esperava perdas ajustadas de US$ 15 milhões e o consenso do mercado fala em US$ 10 milhões, levando em conta uma base de clientes de 52 milhões e uma carteira de crédito de US$ 6 bilhões.