Nubank (NUBR33) ou Inter (INBR32)? Apenas um está valendo compra agora, segundo XP
A XP Investimentos atualizou as estimativas para os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados de ações emitidos no Brasil e com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias listadas no exterior) dos neobancos Nubank (NUBR33) e Inter (INBR32). Em paralelo, analistas da instituição cortaram a recomendação e o preço-alvo das ações do Méliuz (CASH3).
Entre Nubank e Inter, a preferência da XP recai sobre o segundo nome. Apesar de reconhecer que o Inter está ligeiramente atrás do Nubank na jornada de monetização, a equipe de análise destaca o progresso operacional que a companhia vem realizando. Como adicional, o valuation parece atrativo, com a ação negociada a 0,9 P/VP (preço sobre valor patrimonial).
“O valuation atual do Inter parece descontado, e qualquer potencial melhora nas operações bancárias, especialmente no que diz respeito a um aumento de apetite de crédito, poderia aumentar mais o potencial de upside (alta)”, comentam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório divulgado neste domingo (11).
Para os analistas, o valuation não parece refletir os diferenciais do banco, como:
- baixo custo para servir;
- uma plataforma forte; e
- um largo portfólio de produtos.
Na avaliação da XP, movimentos maiores de apreciação das ações devem vir com um aumento das receitas. Porém, mesmo com as melhorias que a companhia vem entregando em suas operações, no ritmo atual, o Inter está abaixo do necessário para alcançar seu próprio guidance.
A recomendação para o Inter é de compra, com preço-alvo de R$ 20,30.
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Valuation já precifica “futuro brilhante”
Enquanto isso, o Nubank tem classificação “neutra” e ganhou um novo preço-alvo de R$ 5,90. Apesar de resultados positivos recentes, a XP vê o valuation atual da empresa precificando um “futuro brilhante” pela frente.
“Embora a gente espere que a companhia continue colhendo bons frutos nos próximos anos, vemos o valuation da ação já precificando boa parte de seu potencial de valor”, explicam Guttmann, Guimarães e Nobre.
A XP cita ainda potenciais ameaças regulatórias, embora avalie que o tamanho do Nubank oferece a habilidade de a companhia conseguir se defender contra os desafios.
Caminho nebuloso
Para as ações do Méliuz, a XP passou a adotar recomendação neutra. Apesar dos esforços para reduzir custos e preservar caixa, analistas estão preocupados com o contexto operacional da empresa e sua direção estratégica.
“O core business deve continuar enfrentando dificuldades devido a condições macroeconômicas desafiadoras até que a parceria com o BV comece a mostrar progresso significativo”, diz a corretora.
Além disso, a XP avalia que o Méliuz não tem mais tanto fôlego para continuar ganhando participação dentro do mercado.
A recomendação neutra reflete o valuation do papel, que está justamente precificado, na avaliação da XP. O preço-alvo foi reduzido de R$ 20 para R$ 11,20.