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Nubank (NUBR33): Longe do fundo do poço, ação pode despencar 45%, diz Bradesco BBI

16 fev 2022, 14:55 - atualizado em 16 fev 2022, 14:56
Nubank
Economia mais fraca deverá pesar para o Nubank; segundo o Bradesco ação está cara e não se sustenta. (Divulgação / Nubank)

Mais um bancão iniciou a cobertura das ações do Nubank (NU) com recomendação de venda. Agora, foi a vez do Bradesco BBI traçar um cenário nada animador para as ações do roxinho.

Na semana passada, o BTG havia rebaixado a recomendação do Nubank de neutra para venda. Já o Itaú BBA também iniciou a cobertura dos papéis indicando venda.

De acordo com o Bradesco, as ações da fintech estão longe do fundo do poço. O preço-alvo foi definido em US$ 5, potencial de queda de 45%.

Sinuca de bico

Na avaliação dos analistas Gustavo Schroden, Otávio Tanganelli e Eric Ito, o Nubank está em uma sinuca de bico. Isso porque a avaliação atual do preço não permite nenhum retrocesso, algo difícil de ocorrer em meio a uma economia fraca.

Eles apontam dois desafios para a empresa:

  1. Preocupações com a qualidade dos ativos no curto prazo;
  2. Mix de clientes mais fraco e desafios para lançar novos produtos no longo prazo;

“Ou o Nubank continuará a expandir empréstimos em impressionantes 50% a 60% no ano – assim correndo o risco de grave deterioração da qualidade dos ativos – ou precisará reduzir o crescimento, arriscando perder clientes”, dizem.

Além disso, a monetização do cliente no longo prazo é mais um entrave que o roxinho terá que enfrentar, segundo os analistas.

Economia mais fraca

Assim como lembrado pelo BBA e pelo BTG, o cenário econômico pesará para o Nubank, com o baixo crescimento para 2022 e alta do juros prejudicando as linhas do banco.

“A qualidade dos ativos das pessoas físicas deve ser o principal risco, pois a maioria dos bancos acelerou o crescimento dos empréstimos para pessoas físicas em 2021”, destaca.

Além disso, a análise estatística mostra uma correlação de 29% entre o total de inadimplência e o desemprego e de 76% entre o total de inadimplência e a taxa de juros.

Ação cara

Na avaliação do BBI, atualmente o Nubank é negociado a US$ 882/cliente, o que é “injustificado, bem acima dos US$ 519/cliente do Itaú, apesar do menor lucro por cliente no longo prazo”, diz.

O trio de analistas vê o Nubank pagando dividendos só em 2027, com um pagamento de 30%, aumentando gradualmente para 70% até 2032.

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