Nubank (NUBR33): Longe do fundo do poço, ação pode despencar 45%, diz Bradesco BBI
Mais um bancão iniciou a cobertura das ações do Nubank (NU) com recomendação de venda. Agora, foi a vez do Bradesco BBI traçar um cenário nada animador para as ações do roxinho.
Na semana passada, o BTG havia rebaixado a recomendação do Nubank de neutra para venda. Já o Itaú BBA também iniciou a cobertura dos papéis indicando venda.
De acordo com o Bradesco, as ações da fintech estão longe do fundo do poço. O preço-alvo foi definido em US$ 5, potencial de queda de 45%.
Sinuca de bico
Na avaliação dos analistas Gustavo Schroden, Otávio Tanganelli e Eric Ito, o Nubank está em uma sinuca de bico. Isso porque a avaliação atual do preço não permite nenhum retrocesso, algo difícil de ocorrer em meio a uma economia fraca.
Eles apontam dois desafios para a empresa:
- Preocupações com a qualidade dos ativos no curto prazo;
- Mix de clientes mais fraco e desafios para lançar novos produtos no longo prazo;
“Ou o Nubank continuará a expandir empréstimos em impressionantes 50% a 60% no ano – assim correndo o risco de grave deterioração da qualidade dos ativos – ou precisará reduzir o crescimento, arriscando perder clientes”, dizem.
Além disso, a monetização do cliente no longo prazo é mais um entrave que o roxinho terá que enfrentar, segundo os analistas.
Economia mais fraca
Assim como lembrado pelo BBA e pelo BTG, o cenário econômico pesará para o Nubank, com o baixo crescimento para 2022 e alta do juros prejudicando as linhas do banco.
“A qualidade dos ativos das pessoas físicas deve ser o principal risco, pois a maioria dos bancos acelerou o crescimento dos empréstimos para pessoas físicas em 2021”, destaca.
Além disso, a análise estatística mostra uma correlação de 29% entre o total de inadimplência e o desemprego e de 76% entre o total de inadimplência e a taxa de juros.
Ação cara
Na avaliação do BBI, atualmente o Nubank é negociado a US$ 882/cliente, o que é “injustificado, bem acima dos US$ 519/cliente do Itaú, apesar do menor lucro por cliente no longo prazo”, diz.
O trio de analistas vê o Nubank pagando dividendos só em 2027, com um pagamento de 30%, aumentando gradualmente para 70% até 2032.
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