Nubank (NUBR33), Inter (INBR32) ou Méliuz (CASH3): Qual deles deve levar a melhor no 2T23?
Com a temporada de balanços do segundo trimestre ganhando tração nos Estados Unidos e no Brasil, cresce a expectativa pelos números dos principais neobanks e fintechs brasileiras, com destaque para Nubank (NUBR33), Inter (INBR22) e Méliuz (CASH3).
Segundo a análise de especialistas de ações do setor financeiro da XP, os meses de abril e junho devem mostrar o impacto de um ambiente macroeconômico ainda marcado por juros elevados e taxas de inadimplência ligeiramente maiores do que as do primeiro trimestre.
Sob um olhar mais positivo, as empresas devem indicar índices de eficiência melhores, impulsionados por maior controle de custos e alavancagem operacional.
Entre prós e contras, o quadro geral do segundo trimestre sugere um cenário ainda desafiador, mas há motivos para o investidor ser otimista, ao menos com relação aos bancos Nubank e Inter. A única ressalva feita pela equipe da XP é com relação ao Méliuz, devido a efeitos sazonais.
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Nubank deve puxar carro de fintechs
A expectativa da XP para o Nubank no trimestre é de mais surpresas positivas. O roxinho deve manter um bom ritmo de aquisição de clientes, combinado com maior alavancagem operacional.
Há também a previsão de um crescimento robusto da carteira de crédito de ao menos 10% na comparação trimestral e de 62% na comparação anual, à medida que o banco consegue manter a inadimplência sob controle.
Como contraponto, os especialistas da XP esperam aumento marginal na inadimplência, que deve alcançar 5,6% no fim do segundo trimestre. “Destacamos também um custo de financiamento ligeiramente maior”, coloca o documento.
Para a XP, o roxinho não terá dificuldades em superar o consenso do mercado para o lucro líquido. ” O lucro líquido implica um crescimento de 35% no trimestre e reflete o sólido momento de ganhos da empresa, consistente com sua estratégia de aumentar a monetização de sua grande base de clientes”, completa.
Inter&Co fica no meio do caminho
Um conjunto de números mais modesto é esperado para o banco Inter&Co no segundo trimestre.
“Prevemos um crescimento de receita de um dígito alto no trimestre, desacelerando em relação aos trimestres anteriores. Esse aumento deve ser impulsionado, em grande parte, pelo crescimento da carteira de crédito”, explica o documento.
O Banco Inter ainda possui como base para suas carteiras de crédito linhas consideradas mais defensivas, como home equity e consignado.
Em números gerais, é esperado que o laranjinha alcance uma receita bruta de R$ 1,9 bilhão, 32% a mais do que o mesmo registrado no mesmo período do ano passado; já a receita líquida pode atingir R$ 1,05 bilhão.
“Prevemos que o crescimento do volume total bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) transacionadas do Inter Shop desacelere de forma semelhante ao da indústria. As taxas de inadimplência devem manter a tendência observada neste ano e chegar a 5%, o que vemos em linha com a indústria.”
Com isso, a XP espera um lucro líquido recorrente de R$ 34,7 milhões no trimestre, implicando um ROE de 0,8% (XPe) para a Inter&Co.
Méliuz a caminho de mais um trimestre frustrante
Por fim, a XP espera um trimestre fraco para o Méliuz. A receita líquida deve apresentar alta de 21% na base anual, mas queda de 3% no trimestre, impulsionada por uma queda do GMV.
Nas compras internacionais (Picodi), há a antecipação de mais um trimestre em queda.
“No entanto, este deve ser o último trimestre antes do acordo comercial com o BV finalmente entrar em vigor, o que deve impulsionar as receitas de serviços financeiros daqui para frente,” pondera a equipe de especialistas da XP.
A equipe de análises da XP projeta um trimestre de prejuízo líquido de R$ 11,9 milhões. Por outro lado, os resultados não devem ditar a dinâmica de preço das ações no curto prazo.