Nubank (NUBR33) e Inter (INBR32): 3T22 guarda bons resultados para bancos digitais?
A temporada de resultados corporativos está perto de começar no Brasil, e a expectativa do Itaú BBA para empresas do setor bancário é de que os números venham mistos.
Em relatório divulgado neste mês, analistas da instituição apontaram dois bancos que devem reportar mais uma leva de dados fracos – e, por isso, devem ser evitados: Bradesco (BBDC4) e Nubank (NUBR33).
No caso do Nubank, o BBA continua bastante cauteloso devido à deterioração contínua de NPLs (taxas de crédito inadimplentes) e um ritmo de crescimento desacelerado.
De acordo com o BBA, esses pontos minam a esperança de que o Nubank deixou o pior para trás.
“Os investidores provavelmente ficarão desapontados com a alta contínua em NPLs no terceiro trimestre de 2022 (tanto em 15 e 90 dias e acima de 90 dias), apesar do recente tom esperançoso adotado pela administração”, comentam Pedro Leduc, William Barranjard e Mateus Raffaelli, do time de análise.
Segundo o BBA, a deterioração em NPLs pesará sobre custos de provisão e adiará a tão esperada reaceleração da carteira de crédito do banco, afetando as estimativas para 2023 e médio prazo.
Analistas projetam mais um trimestre de perdas para Nubank. O prejuízo esperado é de R$ 176 milhões, com um aumento de 140 pontos-base em NPLs consolidadas, a 6,8%.
“Também notamos diversos dias de interrupções nos sistemas/aplicativo do Nubank no Brasil desde o início do quarto trimestre de 2022, o que também devem machucar as estimativas para o fim de ano e o NPS”, acrescentam Leduc, Barranjard e Raffaelli.
Para o Inter (INBR32), os analistas esperam prejuízo de R$ 3 milhões, além de crescimento anual de 116 pontos-base para NPLs, a 4,2%.
Lucro importa
Na mesma linha, Paulo Albuquerque, analista e sócio da Quantzed, avalia que é pouco provável que o Nubank surpreenda nos balanços do terceiro trimestre.
“Sou um grande entusiasta de bancos digitais, fintech, DeFi e tudo o que surge para melhorar o ecossistema financeiro, mas acho que esses bancos têm de reorientar um pouco a estratégia no sentido de lucrar, sim”, comenta o especialista.
Talvez eu seja um pouco conservador no sentido de achar que banco bom é banco que tem lucro, que não quer cliente a qualquer custo. […] Daí vem meu ceticismo com Inter e Nubank”, completa.
Albuquerque classifica o Nubank como um banco complicado, tanto do ponto de vista de operação quanto de administração. Entre o roxinho e o Inter, o analistas mostra preferência pelo segundo nome.
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