Nubank (NUBR33) deveria valer muito menos para ter uma indicação de compra, diz Santander
Depois de estrear na bolsa de Nova York (NYSE), o Nubank (NU; NUBR33) faz a sua estreia na B3 em 10 de dezembro de 2021, no maior IPO para investidores de varejo do Brasil até hoje, terminando o dia com uma alta de 14,54%, a R$ 11,50.
Pouco tempo depois, contudo, os papéis negociam por aqui a R$ 6,80, o que é uma queda de 40% desde aquele dia.
Segundo a Bloomberg, a maioria das casas de análise ainda recomenda a compra dos ativos, mas uma parte do mercado já começa a “pedir divórcio”.
Entre as 18 casas que cobrem a empresa, 10 recomendam “compra”, 4 “manutenção” e 4 “abaixo de mercado”.
A mais recente a se unir a este time é o Santander. O banco iniciou a cobertura com uma indicação “abaixo do mercado” e preço-alvo de R$ 3,80 por BDR, o que corresponde a um potencial de desvalorização de 44%.
Pensando que, no momento da ida ao mercado o valor atribuído pelos bancos de investimento que participaram da coordenação da oferta foi de R$ 8,36, este preço-alvo encontrado pelos analistas Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Souza, representa uma baixa de 54%.
É bonito, mas tá caro
“Esperamos que o Nubank esteja entre os vencedores de longo prazo na corrida digital, mas vemos riscos de execução significativos no valuation”, explicam.
Ou seja, tudo precisaria dar certo para o banco ser recomendado para os investidores. Isso implicaria em uma execução agressiva, sem falhas e ininterrupções em um segmento de empréstimos de alto risco (empréstimos pessoais não garantidos) pelos próximos 10 a 15 anos.
“Em um país como o Brasil, cujo macroambiente sofre grandes oscilações, e considerando a previsão de crescimento próximo de zero do PIB para os próximos dois anos, acreditamos que esse tipo de execução é improvável”, avaliam.
O Santander também revela que o seu preço-alvo para o ano de 2022 está 64% abaixo da média da Bloomberg para o Nubank.
Os “vendidos”
Entre os que recomendam a venda dos papéis está a Empiricus, que sugere um posicionamento de short no banco com uma aposta contrária no Banco do Brasil (BBAS3). Outro é o Bradesco BBI, que propõe a venda das ações.
No início do mês, o BTG já havia rebaixado a recomendação do Nubank de neutra para venda. Já o Itaú BBA também iniciou a cobertura dos papéis indicando venda.