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Nubank (NUBR33): Alta da inadimplência coloca ação em risco, diz BTG

17 jan 2022, 17:28 - atualizado em 17 jan 2022, 17:28
Nubank
Executivos do Nubank já projetam alta da inadimplência para os patamares de piores do que antes da pandemia (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Uma possível elevação na inadimplência poderá pesar ainda mais para os papéis do Nubank (NU), afirma o BTG Pactual em rápido relatório enviado a clientes.

Desde o seu IPO, a ação do Nubank acumula queda de 20%, tendo em vista a possível alta dos juros nos Estados Unidos, que afeta empresas do setor de tecnologia.

Os analistas Eduardo Rosma, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura se encontraram com o CFO e Head de RI (relações com investidores) da fintech para falar sobre as perspectivas para os próximos anos. 

Segundo o trio, os executivos já estão precificando uma piora na inadimplência, possivelmente atingindo níveis superiores a antes da pandemia.

“E caso o cenário piore ainda mais, o banco digital estaria disposto a desacelerar crescimento, uma vez que a preocupação é com a geração de valor no LP”, dizem.

Para eles, a história e estratégia do Nubank são interessantes, mas os analistas temem que a combinação de um valuation extremamente elevado e um timing desfavorável torne a ação muito arriscada.

“Com um cenário mais adverso, levando possivelmente a menores taxas de crescimento ou aumento de inadimplência, preferimos ficar neutros”, completam.

A alta da inadimplência também foi abordada pelo Itaú BBA, que iniciou a cobertura das ações com recomendação equivalente à venda.

A equipe de analistas recorda que o brasileiro entra em 2022 com créditos 30% acima dos níveis do ano passado.

No entanto, a geração de empregos e os salários não estão acompanhando essa elevação.

O resultado? Alta inadimplência.

“Esperamos que os indicadores comecem a subir no primeiro ou segundo trimestre de 2022, e para o platô nos níveis de 2019. O caminho adiante se moverá de acordo com como a imagem macro de médio prazo evolui”, conclui.

Além disso, a baixa renda, principal segmento de clientes do Nubank, deverá sofrer primeiro e mais com a deterioração econômica.

Quando chegará o lucro?

Analistas do UBS BB projetam uma boa performance por parte dos bancos na temporada de resultados do quarto trimestre de 2021, com tendências operacionais positivas, principalmente nas margens.

No caso do Nubank, o UBS acredita que o primeiro trimestre de resultados depois que a companhia se tornou uma empresa de capital aberto deve ser marcado por uma forte expansão na base de clientes e números ajustados perto do breakeven (ponto em que não há mais prejuízo, mas também não tem lucro).

“Acreditamos que o Nubank provavelmente mostrará alguns itens não recorrentes que devem afetar o lucro reportado pelo banco (despesas com IPO e remuneração baseada em ações). Assim, esperamos perdas reportadas de US$ 130 milhões (ou US$ 15 milhões ajustadas por eventos não recorrentes)”, avaliam os analistas.

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