Nubank (NU): Veja o tamanho do lucro (ou prejuízo) que fintech pode ter no 1T23, segundo analistas
O Nubank (NUBR33) divulga seus resultados do primeiro trimestre de 2023 nesta segunda-feira (15) após o fechamento do mercado. Nesta sessão, o papel negociado na Bolsa de Nova York sobe 4,13%, a US$ 6,05.
Para o Santander, os números iniciais de 2023 devem retratar um cenário um pouco mais cinzento para a fintech. Em relatório, o banco espanhol envia um recado à contragosto dos investidores do roxinho: “espere redução das margens”.
Essa redução, em 15% na comparação trimestral, está associada à piora na qualidade de ativos do banco e deterioração relacionada à origem do crédito para empréstimos pessoais, que deve ser responsável por um aumento de 0,3 ponto percentual na inadimplência de 90 dias.
Aliás, em resposta à alta da inadimplência, o banco digital deve aumentar a provisão para devedores duvidosos (PDD) em 21% na base trimestral. Ainda em um aspecto negativo, o Santander espera que o Nubank tenha mais custos para a manutenção de depósitos, devido à sazonalidade.
Do lado mais positivo, o Santander vê o roxinho com crescimento trimestral de 8% da receita advinda de juros. Essa melhora deve refletir um maior portfólio de crédito e maior spread bancário. Além disso, também se espera que a receita advinda de taxas de administração cresçam 7% na mesma base de comparação.
Isto posto, o Nubank está bem colocado para adicionar mais 3,8 milhões de clientes a sua base de 74,6 milhões. Desse total, 80% possuem contas ativas no banco.
O Santander também destaca um efeito positivo das ‘caixinhas do Nubank’ no controle de gastos do banco.
Empregado desde metade do ano passado, as caixinhas limitaram a remuneração do banco aos correntistas, condicionando o retorno de 100% do CDI para o saldo em conta apenas a partir de 30 dias depois da entrada do dinheiro (o mesmo esquema da poupança).
Já o BTG Pactual calcula que o banco irá divulgar lucro líquido de US$ 74 milhões no 1T23 (contra US$ 58 milhões no quarto trimestre, excluindo itens extraordinários, e prejuízo de US$ 45 milhões no 1T22), que está em linha com o consenso.
O banco espera ver outro bom desempenho, com adições líquidas ainda fortes e aceleração de empréstimos pessoais. Além disso, os analistas avaliam que o trimestre virá sem surpresas e com resultado final mais forte do que o quarto trimestre.
Apesar disso, o BTG lembra que no trimestre anterior, o Nubank imprimiu um ROE (retorno sobre o patrimônio) forte em sua unidade brasileira, ajudado por uma sazonalidade favorável em seu negócio de cartão de crédito e pelo grande sucesso de sua redução de custo de captação.
“No primeiro trimestre, a sazonalidade é menos favorável (para NPLs e margem bruta de lucro), e não devemos ter muitos surpresas positivas para mostrar no México e em produtos de crédito consignado no Brasil, duas grandes vias de crescimento que os investidores têm grandes esperanças”, ressalta.
Com Jorge Fofano