Nubank (NU): roxinho vai lucrar no 4T22?
Marcada para o próximo dia 14 de fevereiro, a divulgação dos números corporativos da Nubank (NU) já gera rumores para os mercados.
No terceiro trimestre de 2022 o banco reportou um lucro de US$ 7,8 milhões, revertendo um prejuízo de US$ 34,4 milhões registrado no mesmo período de 2021.
De quebra, o Nubank triplicou a receita na base anual, saindo de US$ 480,9 milhões em 2021 para US$ 1,3 bilhão no ano passado.
Fora do detalhe, o melhoria das métricas corporativas pode ter deixado um gostinho de ‘quero mais’ para os investidores. Contudo, tendências apresentadas pelo banco no último balanço relacionadas às despesas administrativas e à inadimplência deixam Larissa Oliveira Quaresma, analista da Empiricus, cética com os números do quarto trimestre.
“Esperamos a continuação de algumas tendências que a companhia vem apresentando há alguns trimestres”, aponta a analista.
Nubank sofre com queda da carteira de crédito, inadimplência e cenário negativo para varejo
Larissa Quaresma elenca três fatores para sustentar a sua tese. O primeiro deles envolve uma queda do crescimento da carteira de crédito, já que a companhia decidiu diminuir o ritmo de novas concessões.
O segundo se relacionada ao aumento da inadimplência: “pelos dados oferecidos pelo Banco Central, continua havendo um aumento expressivo na inadimplência do cartão de crédito e do empréstimo pessoal, duas das modalidades oferecidas pelo Nubank“.
Larissa ainda salienta um quarto trimestre negativo para o varejo, o que pode impactar o Nubank via linha de serviços, “que depende principalmente da transacionalidade dos cartões de crédito e débito da companhia”.
Como esse volume de transações deve ser mais fraco, acreditamos que a receita de serviços deve desacelerar o ritmo também.
Para ficar de olho: debandada do fundo ‘Nu Reserva Imediata’ será sentido no 1T23
Indicado como alternativa para o reserva de emergência, o fundo ‘Nu Reserva Imediata’, que contava até o início do ano com o maior número de cotistas do Brasil, se viu arrastado para o meio do escândalo contábil da Americanas (AMER3).
Exposto à debêntures da Americanas, acentuadamente desvalorizados com o prospecto de calote da dívida pela varejista, o produto de renda fixa do Nubank revoltou os investidores após começar a apresentar rendimentos negativos (muito abaixo do CDI).
A derrocada do fundo de segurança do Nubank levou a uma verdadeira debandada de investidores do produto. Até o momento, mais de 170 mil pessoas resgataram seus recursos do Nu Reserva imediata.
Segundo Larissa, esse movimento deverá ter efeitos claros nos números do primeiro trimestre deste ano: “as receitas de taxas com o fundo DI passam na receita de serviços. Com o volume de resgate que houve, muito provável que a receita desse fundo apresente uma queda, contribuindo para a desaceleração do setor de serviços”.