Nubank (NU) dispara 13% com primeiro lucro após IPO; é hora de comprar?
O Nubank (NU) surpreendeu analistas que esperavam ver mais um prejuízo para o roxinho. A fintech reportou lucro consolidado de US$ 7,8 milhões na noite de ontem. A ação disparou 15% no after-makert na Bolsa de Nova York (NYSE).
Nesta sessão, o papel disparou 13,22%, a R$ 4,93.
Apesar da euforia de parte do mercado, a analista Larissa Quaresma, da Empiricus, ressalta que algumas linhas do banco acendem o sinal amarelo.
“Reconhecemos a capacidade de execução da companhia, mas diante do ambiente ainda difícil em termos de inadimplência à pessoa física, principalmente em linhas sem garantia, como é o caso do Nubank, acreditamos que o operacional deve continuar pressionado“, afirma.
Os empréstimos cresceram 83%, em R$ 53 bilhões, porém uma desaceleração de 109% ante o segundo trimestre.
A analista lembra que durante a teleconferência de resultados, os executivos mencionaram que manterão esse ritmo de concessão até que a inadimplência melhore.
“Então a desaceleração deve continuar nos próximos trimestres”, discorre.
Nubank e a inadimplência
Para Quaresma, no entanto, o grande destaque negativo foi a inadimplência.
Assim como seus rivais, o Nubank também viu uma deterioração de sua carteira, com o índice de inadimplência acima de 90 dias evoluindo de 4,1% no segundo trimestre para 4,7% entre junho e setembro.
A carteira de crédito é comparativamente mais arriscada, dada sua concentração em linhas de maior risco, como cartão de crédito e crédito pessoal.
Já a provisão ficou em R$ 2 bilhões, crescimento anual de 193%.
“Essa taxa teria sido bem maior caso a cobertura estivesse constante. Assim, a margem financeira líquida (após a inadimplência) cresceu 125%, para R$ 790 milhões”, destaca.
O índice de atraso de 15 a 90 dias, considerado indicador antecedentes para a inadimplência acima de tr~es meses, continua crescendo: o aumento foi de 0,5 p.p., para 4,2% da carteira total.
O Nubank explica em seu release de resultados que antecipou as provisões quando originou empréstimos, com base nas perdas esperadas ao longo da vida do crédito.
“Esse é o princípio central da metodologia de perdas de crédito esperadas que serve de base para nossas práticas contábeis, de acordo com o IFRS9”, coloca.
Por que não comprar o roxinho?
Mesmo que a alavancagem tenha ajuda na geração dos lucros, Quaresma observa que é preciso observar a tendência de desaceleração no crescimento.
“As premissas arrojadas envolvidas nos indicadores de inadimplência podem ter sido a diferença entre um potencial prejuízo e o lucro líquido positivo entregue”. diz.
A Empiricus continua vendo a ação com uma avaliação “ainda premiada”.
“O principal ponto da nossa visão negativa para a ação, permanece: o índice preço/ patrimônio líquido está em 4,5x, versus 0,8x de Inter (INBR32) e 1,2x de Banco Pan (BPAN4). Sendo assim, mantemos nossa recomendação vendida para Nubank”, calcula.
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