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Nubank (NU): JP Morgan rebaixa recomendação para neutra e dá 4 motivos para isso; confira

22 jul 2024, 9:21 - atualizado em 22 jul 2024, 9:21
nubank
JP Morgan aponta quatro razões para rebaixamento de classificação do Nubank (Imagem: Divulgação/Nubank)

O JP Morgan rebaixou a recomendação para o Nubank (NU) de compra para neutra, com preço-alvo de US$ 14,50, após a ação ter um rali de mais de 60% no acumulado do ano, contra uma queda de 14% e 20% do iShares MSCI Brazil (EWZ), principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, e do iShares MSCI Mexico ETF (EWW), respectivamente.

Os analistas do banco apontam quatro razões para o rebaixamento da classificação, sendo a valorização limitada para os papéis, preocupações com a piora da qualidade dos ativos no Brasil, desaceleração do crescimento potencial e o câmbio mais fraco.

Apesar disso, o JP Morgan ainda vê o Nubank como um “poderoso disruptor de longo prazo, com claras vantagens de custo em relação aos operadores históricos, gerando maior lucratividade, enorme base de clientes com potencial para continuar penetrando em novos produtos e com boa gestão”.

Nas estimativas do banco, a fintech está sendo negociada a 24x 25E P/E e novo preço-alvo para dezembro de 2025 de US$ 14,50 oferece um potencial de alta de aproximadamente 10%.

Nubank tem grande participação entre população de baixa renda

Os analistas do JP Morgan destacam a grande participação do Nubank na população de baixa renda, mas veem uma desaceleração potencial.

Dentro de seu principal negócio de cartões de crédito, o banco estima que o Nubank já tenha alcançado mais de 30% de participação de mercado em clientes que ganham até um salário mínimo, seguido por 21% de participação de mercado em clientes que ganham entre um e dois, e mais de 10% participação em clientes que ganham de 2 a 5 salários mínimos.

“Além disso, notamos que a participação de mercado do S3 teve uma desaceleração significativa no trimestre até maio, embora ainda seja difícil confirmar se é um sinal ou uma tendência”.

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Tendo em vista que clientes com mais de três salários mínimos representam aproximadamente 60% dos empréstimos de cartão de crédito, os analistas ponderam que o dado implica em:

  • necessidade de crescimento na renda média-alta para sustentar o crescimento; ou
  • é possível que o Nubank continue ganhando participação de mercado em rendas mais baixas, o que é arriscado, mas uma possibilidade na avaliação dos analistas nossa opinião, já que muitos operadores históricos permanecem avessos ao risco neste segmento; ou
  • o México (atualmente cerca de 6% dos empréstimos de cartão de crédito) pode acelerar e compensar parcialmente a desaceleração brasileira.

O JP Morgan destaca positivamente em sua tese o alto engajamento do Nubank com os clientes, o potencial de alavancagem operacional de seu modelo de distribuição sem agências e o espaço para ganhar participação de mercado à medida que surgem oportunidades de vendas cruzadas.

Ainda, apontam que a empresa também melhorou significativamente a sua rentabilidade nos últimos trimestres, ajudada por novos produtos, escala e alavancagem operacional.

“Na nossa visão, o Nubank criou uma das marcas mais valiosas do Brasil e está se beneficiando disso. No entanto, após a recente recuperação, acreditamos que o mercado já está a avaliar alguns desses benefícios e estamos preocupados que o crescimento, embora esperado que permaneça acima da indústria, desacelere se o Nubank não conseguir ganhar força nos clientes de rendimentos médios e elevados”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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