Nubank (NU) ganha pontos com BBA, mas ainda precisa provar que vale a pena; o que falta à ação?
O Nubank (NU) voltou a surpreender os mercados ao atingir um novo lucro líquido nos seus resultados. No quarto trimestre de 2022, a fintech reportou ganhos de US$ 58 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 71,3 milhões do mesmo período de 2021.
Sob base ajustada, a empresa chegou a um lucro líquido de US$ 113,8 milhões no trimestre e de US$ 204,1 milhões no acumulado do ano.
A receita do Nubank entre outubro e dezembro de 2022 totalizou US$ 1,45 bilhão, salto de 128% em relação a um ano antes, quando marcou US$ 636 milhões. A companhia mostrou um aumento na receita média mensal por cliente ativo, de US$ 5,60 para US$ 8,20, impulsionada pelo aumento no relacionamento de conta bancária principal com os clientes e pelo amadurecimento das safras de clientes, além do lançamento de novos produtos e recursos (cross-sell).
Os números levaram a uma valorização de quase 5% das ações em Nova York no pregão seguinte à divulgação e convenceram alguns agentes do mercado, incluindo o Itaú BBA.
Mas o otimismo não é para tanto. A instituição elevou a recomendação, mas não direto para “compra”. Ao atualizar as estimativas após os resultados do quarto trimestre do ano passado, o BBA mudou a classificação do Nubank para “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado, equivalente a “neutro”).
Ou seja, por mais que reconheça as melhorias na parte de receita, o time de análise prefere ficar à margem por enquanto, à espera de novos desdobramentos do case.
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“Ainda vemos desafios para o Nubank alcançar o tamanho que precisa para justificar seus valuations atuais (cerca de 55 vezes P/L (preço sobre lucro) e 4 vezes P/VP (preço sobre valor patrimonial), ou US$ 23 bilhões de capitalização de mercado)”, dizem Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, em relatório publicado na última quarta-feira (15).
O BBA destaca ainda que as métricas de crédito se deterioraram de forma muito rápida. Ao mesmo tempo, o ambiente macro está fraco e o timing para a reaceleração do crescimento do portfólio continua incerto.
“Estamos ansiosos pelos próximos capítulos dessa tese de investimento, mas preferimos nos manter à margem agora”, reforçam os analistas.
Pelas estimativas atualizadas, o BBA projeta lucro de US$ 415 milhões para o Nubank em 2023. A instituição também lançou um novo preço-alvo ao fim do ano, de US$ 5,50 (contra US$ 3,10 anteriormente).