Nubank (NU): Fôlego da ação acabou, vê UBS-BB
O Nubank (NU) é um dos grandes destaques da bolsa nos últimos meses, com alta de 50% no acumulado do ano, após um ‘longo inverno’ provocado pelos juros altos. Porém, para o UBS-BB a ação voltou a ficar cara. Além disso, o banco também vê deterioração no cenário econômico. O banco suíço rebaixou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de US$ 13,5.
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Segundo os analistas Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye, a capitalização de mercado de aproximadamente US$ 57 mil milhões precificou todas as suas iniciativas atuais. A ação, inclusive, derreteu 5,05% em Nova York nesta sexta. Desde 19 de julho, a ação acumula queda de 17%.
“Embora uma reclassificação material adicional possa advir de novas iniciativas, tais como o lançamento de novos produtos (empréstimos automóveis ou hipotecas) ou a expansão para novos países (possivelmente países emergentes para além da América Latina), pensamos que essas iniciativas levarão algum tempo a materializar-se”, diz.
Ainda segundo o UBS, o valor de mercado por cliente da Nu atingiu US$ 570, o que banco acredita limitar uma reavaliação adicional significativa, considerando a renda média anual de brasileiros e mexicanos, em cerca de US$ 5.000 a US$ 6.000.
Nubank: Efeitos na economia?
O UBS lembra que o Nubank costumava ter uma carteira de empréstimos mais segura em comparação com o sistema financeiro brasileiro, mesmo considerando sua maior exposição a clientes de maior risco. Porém, o mix de empréstimos da fintech tornou-se mais arriscado do que o do sistema financeiro brasileiro, mesmo
ajustado pelo mix.
“Diversas bandeiras amarelas foram levantadas nos últimos trimestres, tornando-nos mais negativos em relação à evolução da qualidade dos ativos da fintech (índice de inadimplência do cartão de crédito no Brasil, parcelas vencidas, empréstimos renegociados, duração dos empréstimos pessoais e empréstimos pessoais de ticket mais elevado, entre outros)”, coloca.
Segundo os dados do Banco Central, em maio, o Nubank apresentou uma deterioração na qualidade de crédito, enquanto a maioria dos demais pares manteve-se estável ou apresentou melhora. Além disso, o banco digital reportou um prejuízo de US$ 28 milhões no México (ante prejuízo de US$ 30 milhões) e registrou um aumento de R$ 1 bilhão nos depósitos.
E como não bastasse isso, a alta do dólar em relação ao real (17%) e do peso mexicano (9%) poderia pesar no lucro, já que a fintech reporta seu resultado em dólar. O UBS reduziu a previsão de lucros de 2024 para US$ 1,7 bilhão, antes em US$ 1,9 bilhão, e em 2025 para US$ 2,7 bilhões, antes US$ 2,8 bilhões.