Novos cortes no radar? Globo testa substituir equipe de jornal por robôs; entenda
Além de profissionais da teledramaturgia e do jornalismo, as demissões na Rede Globo também atingiu as áreas de tecnologia e operações na última semana. A movimentação não parece ter chegado ao fim, e rumores de novos cortes sugiram nesta quinta-feira (11).
A especulação acontece após a coluna Noticias da TV, do Uol, noticiar que a emissora tem testado trazer novas tecnologias para substituir a equipe de jornal por robôs. A ideia é que a equipe passe a contar com câmeras-robô, operadas por controle remoto.
Conforme o site, a mudança visa modernizar e economizar, e está sendo testada no estúdio de vidro dos jornais locais de São Paulo, onde são feitos o “Bom Dia, São Paulo”, “SP1” e o “SP2”. O plano da emissora é que o novo formato seja instalado até o fim de junho.
De acordo com a Globo, a mudança não significa uma nova redução na equipe. Contudo, o que causou apreensão entre os funcionários foi o fato de que os testes começaram no mês passado, sem que uma parte deles soubessem.
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Globo não traz novidade
Desde 2016, a estrutura da GloboNews conta com câmeras operadas eletronicamente. Segundo a coluna, o estúdio do Jornal Nacional é totalmente produzido por lentes robóticas.
A Globo destacou em nota que utiliza há anos esse tipo de câmera no JN, “o que trouxe uma estética mais moderna para o jornal”.
Além do jornal, a emissora também usa o formato de câmeras automatizadas em produções do entretenimento. “No BBB, por exemplo, tivemos mais de 60 câmeras-robô em operação, e isso não significa necessariamente redução de operadores de câmera”.
Nessa tecnologia, a câmera-robô é controlada através de um joystick, onde um profissional fica no centro de comando do programa e guia o enquadramento e qualquer outra função necessária.
Profissões ameaçadas
O avanço da tecnologia levanta frequentemente questões sobre os riscos gerados para o mercado de trabalho. Um estudo realizado pela empresa que desenvolveu o ChatGPT, a OpenAI, listou quais profissões são as mais expostas à inteligência artificial.
- Jornalistas, contabilistas e auditores, assistentes administrativos e secretários jurídicos (100%);
- Engenheiros de blockchain, secretários de correspondência, taquígrafos e legendadores (90%);
- Intérpretes e tradutores, escritores, relações públicas e pesquisadores de mercado (menos de 90%).
Christopher Pissarides, economista vencedor do Prêmio Nobel de 2010 e professor da London School of Economics, acredita que a inteligência artificial não apresenta riscos para as profissões, mas sim aumenta a produtividade.