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Novo problema em motor de jato A220 da Swiss força inspeções

15 out 2019, 20:36 - atualizado em 15 out 2019, 20:37
A Swiss, controlada pela alemã Lufthansa, afirmou após o incidente que inicialmente suspendeu os voos de sua frota de A220s para uma inspeção ampla de motores (Imagem: REUTERS/Edgar Su)

A fabricante norte-americana de motores Pratt & Whitney enfrenta nova bateria de inspeções de turbinas de jatos após um problema num avião da Swiss que se ia para Genebra ser forçado a desviar para Paris. O incidente gerou uma breve suspensão de voos do restante da frota de Airbus A220 da Swiss.

Autoridades francesas de acidentes aéreos classificaram o incidente como grave e afirmaram que o caso será investigado por autoridades norte-americanas da National Transportation Safety Board (NTSB).

O episódio marcou o terceiro incidente de motor envolvendo a mesma companhia aérea e modelo de avião em vários meses e resultou em uma pequena quantidade de destroços espalhada quando a aeronave pousou no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, afirmou uma fonte do terminal à Reuters.

O incidente ocorreu horas depois de a agência francesa BEA lançar um incomum pedido para ter 150 voluntários vasculhando uma área de mata desabitada no leste da França. O objetivo era encontrar uma peça de titânio desprendida pelo primeiro incidente, em julho, envolvendo um voo entre Genebra e Londres.

A Swiss, controlada pela alemã Lufthansa, afirmou após o incidente que inicialmente suspendeu os voos de sua frota de A220s para uma inspeção ampla de motores.

Mais tarde, a empresa disse que uma primeira aeronave tinha retornado ao serviço e que as inspeções forçaram o cancelamento de 100 voos, o que atingiu 10 mil passageiros. As operações devem voltar ao normal na quinta-feira.

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A Embraer não se manifestou. A companhia usa o motor PW1900G em versões maiores de sua nova família de aviões E2, com capacidade para 80 a 120 passageiros. (Imagem: REUTERS/Roosevelt Cassio)

Embraer

O incidente ressaltou inspeções sobre a performance da nova geração de motores Geared Turbofan da Pratt & Whitney, uma unidade da United Technologies.

Um porta-voz da fabricante afirmou que a empresa está recomendando inspeções adicionais em versões do motor que equipam o Airbus A220, uma turbina conhecida como PW1500G, e o Embraer 190/195-E2.

Um motor similar que equipa a família de jatos maiores A320neo, mais vendida da Airbus, não está envolvida nas inspeções.

“A Pratt & Whitney e nossos OEMs (fabricantes) estão trabalhando em coordenação com autoridades regulatórias. Inspeções adicionais foram recomendadas para o compressor de baixa pressão dos motores PW1500G e PW1900G para manter a frota operacional”, disse um porta-voz.

Nesta terça-feira, a Delta Air Lines disse que seus A220 estão voando normalmente (Imagem: Brent Lewin/Bloomberg)

“Os motores continuam atendendo todos os critérios para aeronavegabilidade continuada. Estamos trabalhando próximos de nossos clientes para minimizar interrupções em suas operações.”

Após os incidentes anteriores de julho e setembro, a FAA, agência de aviação dos EUA, ordenou inspeções no mesmo componente em jatos A220s e em alguns aviões da Embraer.

Nesta terça-feira, a Delta Air Lines disse que seus A220 estão voando normalmente.

A Air Baltic, que também opera o A220, afirmou que está acompanhando as recomendações da Pratt, mas que usa uma versão diferente do motor PW1500G dos jatos da Swiss.

A Airbus afirmou que está trabalhando com a Pratt & Whitney e que vai cooperar com qualquer investigação.

A Embraer (EMBR3) não se manifestou. A companhia usa o motor PW1900G em versões maiores de sua nova família de aviões E2, com capacidade para 80 a 120 passageiros.

A Embraer entregou seis jatos E190-E2 que foram divididos entre a companhia aérea norueguesa Wideroe e a empresa de leasing Aercap. A fabricante também entregou um E195-E2 para a Azul, que ainda não entrou em serviço.

A Azul (AZUL4) afirmou que suas operações não foram afetadas.