Novo parecer da PEC Emergencial mantém auxílio e retira parte das polêmicas
O novo parecer da PEC Emergencial, a ser oficialmente apresentado nesta terça-feira, traz uma versão mais desidratada da proposta, de forma a facilitar sua votação, prevista para a quarta-feira.
Documento obtido pela Reuters em que o relator, Marcio Bittar (MDB-AC), apresentou a líderes os principais termos da Proposta Emenda à Constituição (PEC), aponta que a polêmica desvinculação de recursos da saúde e da educação, assim como a medidas do chamado equilíbrio fiscal intergeracional foram retirados do texto. Também foi cortada da PEC a revogação de repasses do PIS/PASEP para o BNDES.
Ficam mantidos, no entanto, os gatilhos fiscais para serem acionados quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da despesa primária total.
A previsão de redução de benefícios tributários de maneira gradual e a cláusula de calamidade, com regime diferenciado para esse caso, também estão mantidas no texto.
Também permanece intacta no texto a criação das condições para a concessão do auxílio emergencial, unanimidade entre os parlamentares, ainda que defendam valores maiores do que o sugerido pelo governo.
A PEC não traz quantia ou duração da renda assistencial, mas o governo já adiantou que calcula a ajuda de 250 reais por 4 meses.
Mais cedo, pelo Twitter, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), falou da apresentação do novo texto a líderes na manhã desta terça, em reunião com o ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos.
“Lembro da importância da PEC para viabilizar uma nova rodada do auxílio emergencial e as contrapartidas que fortalecem o nosso compromisso com o equilíbrio das contas públicas”, disse o líder na rede social.
O texto, no entanto, ainda não está disponível publicamente.
O parecer apresentado formalmente por Bittar na última semana vinha enfrentando resistências, e não apenas por parlamentares da oposição.
Senadores criticavam a desvinculação de recursos para a saúde e a educação, e também instrumentos de ajuste fiscal estruturais, acusando o governo de se aproveitar da urgência do auxílio emergencial para passar medidas duras.
O relator argumenta, por outro lado, que o Executivo não pode se endividar para conceder do auxílio sem alguma sinalização de contenção de despesas.