Novo normal da Ambev é agora: inovação põe ação de volta nos trilhos
O mantra repetido pelo Bank of America (BofA) sobre a Ambev (ABEV3) vingou: apesar dos efeitos da pandemia de Covid-19, a maior cervejaria da América Latina está arrebentando as apostas do mercado, com números bem acima do esperado.
No segundo trimestre, a Ambev mais que dobrou seu lucro. O montante atingiu quase R$ 3 bilhões, representando um salto de 115,9% em relação a um ano antes.
O mix de preços também foi uma surpresa bastante positiva, segundo relatório obtido pelo Money Times. Mas, ressalvas devem ser feitas:
“Em contrapartida, nosso entendimento sobre as margens da Ambev se materializou. A margem Ebitda em 2022 deve recuar 18 pontos percentuais abaixo dos indicadores em 2018”, pontuam os analistas do banco norte-americano.
“Acreditamos que a Ambev elevou seu patamar de execução no Brasil nos últimos 12 meses. A empresa mantém seu ganha de participação de mercado, alinhada a sua posição de suply chain (distribuição), somada à gestão operacional inovadora em Brahma Duplo Malte, BEES, Zé Delivery”, complemntam.
A estratégia de preço da Ambev é bastante assertiva, colocando-a em posição de combate — apesar de um risco relativamente maior em relação há dois anos.
O BofA tem recomendação “underperform” (desempenho inferior à média do mercado), com preço-alvo de R$ 15,50 por ação da Ambev, refletindo as novas estimativas.
Alívio só em 2023
A pandemia causou uma disrupção na indústria de bebidas, após um 2019 bastante desafiador à Ambev.
Ainda assim, os volumes de cervejas da companhia saltaram 5,6% no 2° trimestre ante ao mesmo período de um ano atrás, mas com a rentabilidade pressionada pelo maior custo de produção.
Segundo analistas do banco estrangeiro, o alívio nos custos à Ambev deve chegar em 2023, algo já embutido no preço da ação.