Internacional

Novo ministro da Fazenda do Paraguai vê forte retomada em 2021

30 out 2020, 8:17 - atualizado em 30 out 2020, 8:17
A expectativa é de que o Paraguai registre a recessão mais moderada da América do Sul neste ano (Imagem: EBC)

O Paraguai pode crescer até 6% no próximo ano com a extensão das medidas de estímulo do governo, que ajudaram a economia a enfrentar a crise de coronavírus com uma das recessões mais brandas da América do Sul, segundo o ministro da Fazenda, Óscar Llamosas.

O plano de recuperação de US$ 2,5 bilhões do governo implementado no início do ano e o foco em investimentos do orçamento de 2021 devem dar confiança ao setor privado para investir, disse.

“Dada a incerteza e a conjuntura atual, esperam que o estado faça sua parte”, disse Llamosas em entrevista poucas horas depois de o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, indicá-lo para liderar o ministério.

Llamosas substitui Benigno López, que durante seus 26 meses como ministro da Fazenda convenceu parlamentares a aumentar a arrecadação de impostos notoriamente baixa do país e conduziu forte expansão dos gastos com programas sociais, saúde e obras públicas em resposta à pandemia.

O chefe de gabinete do governo, Juan Ernesto Villamayor, disse que a renúncia de López estava relacionada exclusivamente a uma oferta por um posto no Banco Interamericano de Desenvolvimento.

A expectativa é de que o Paraguai registre a recessão mais moderada da América do Sul neste ano. Segundo o FMI, o PIB paraguaio deve encolher 4% em 2020 em comparação com a queda de 8,1% prevista para o continente.

Na quarta-feira, o banco central do Paraguai disse que agora espera retração de apenas 1,5% da economia neste ano, graças em parte ao estímulo fiscal e monetário coordenado.

O Ministério da Fazenda prevê que a economia cresça entre 5% e 6% em 2021, disse Llamosas.

Segundo o FMI, o PIB paraguaio deve encolher 4% em 2020 em comparação com a queda de 8,1% prevista para o continente (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

O governo pediu ao Congresso que aumente temporariamente o teto do déficit fiscal para 4% no próximo ano com o objetivo de evitar cortes de gastos potencialmente prejudiciais. Em 2020, o déficit deve ficar em cerca de 7%, disse Llamosas.

“Retornar ao teto de 1,5%, como está na lei de responsabilidade fiscal, seria negativo para a economia” em 2021, disse.

O governo fez empréstimos com instituições multilaterais e emitiu títulos para financiar seus déficits. Llamosas planeja vender outros US$ 350 milhões em títulos locais em guaranis até meados de 2021 caso o Congresso aprove vários projetos de estímulo.

O projeto de lei do orçamento de 2021 busca aprovação para vender aproximadamente US$ 600 milhões em novos títulos, incluindo um título global que provavelmente será lançado no mercado no primeiro trimestre de 2021, disse Llamosas.

O Ministério da Fazenda também planeja refinanciar no próximo ano US$ 500 milhões de seus US$ 5,36 bilhões em dívida internacional emitida desde 2013, afirmou.

“Vamos avaliar as condições do mercado e o momento vantajoso para estender os prazos e conseguir taxas mais baixas”, disse Llamosas.