BRF

Novo CEO pode acabar com a bagunça na BRF?

23 nov 2017, 8:01 - atualizado em 23 nov 2017, 2:48

A BRF (BRFS3) “finalmente” anunciou o seu novo CEO na noite desta quarta-feira. Após longas disputas internas, a fabricante de alimentos elegeu José Aurélio Drummond Jr. para substituir Pedro de Andrade Faria. Drummond é engenheiro graduado pela FEI, atuou como executivo das empresas Whirlpool, Alcoa e Eneva.

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“Acreditamos que os investidores devem ver essa mudança como neutra para as ações, pelo menos até que novas informações sobre possíveis mudanças na estratégia sejam anunciadas”, projetam os analistas Victor Saragiotto e Ian Miller do Credit Suisse. O banco tem a recomendação underperform (desempenho abaixo da média) com preço-alvo de R$ 37.

Apesar de a decisão ser esperada, conforme ventilada pelos jornais nos últimos dias, os investidores ficarão de olho sobre a capacidade do novo líder em tratar das diferenças entre os principais acionistas da BRF.

Um dos pontos levantados pelo BTG Pactual é o de que a decisão volta a jogar luz sobre uma das maiores preocupações dos investidores, que ainda é (e deve continuar) um certo nível de conflito entre os principais acionistas.

“Com base em nossas conversas recentes com os investidores, acreditamos que as ações da BRF estariam negociando a um preço mais elevado se não fosse pela bagunça causada pela remodelação da administração”, avaliam os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Vito Ferreira.

Mudança de foco?

A expectativa, agora, é de que o foco dos investidores e da empresa se volte para os ganhos que estão diante da empresa como resultado da recuperação econômica, que pode devolver à BRF o seu nível histórico de margens. Isso pode abrir, espera o BTG, espaço para recuperação das ações ao seu potencial total.

Nos últimos doze meses, o banco diz ter identificado um número de elementos que reforçam a tese de que o Conselho de Administração é dividido entre dois grupos de poder, e que um deles (encabeçado por Abilio Diniz) toma as maiores decisões, mas não sem uma boa dose de conflito.

“Nossa visão é neutra, com os fatores positivos, como continuidade estratégica e sólida experiência executiva (embora a complexidade da BRF leve isso a um novo nível), compensados pelo fato de que esta decisão poder prolongar as disputas dos acionistas no nível do Conselho”, ressaltam Duarte e Ferreira.

Vale lembrar ainda que parte do mercado esperava um nome ainda mais “forte”, como o do ex-CEO da Ambev João Castro Neves. A recomendação do BTG é de compra.

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