Novas safras, El Niño e colheita no Brasil: O que deve mexer com os preços do trigo em setembro
Os preços do trigo com contrato na bolsa de Chicago (CBOT) para setembro caíram 14,75%, em um período marcado pela entrada da safra do Hemisfério Norte no mercado, que representa cerca de 72% da produção mundial.
Historicamente, o período é marcado por sazonalidade nos preços da commodity.
De acordo com Victor Lopes, consultor em Gerenciamento de Riscos na StoneX, a queda do trigo no mês passado refletiu a entrada da nova safra da Rússia, um dos principais exportadores do grão.
“Apesar disso, o mercado tenta contrabalancear a grande oferta de trigo russo no mercado, com notícias frequentes de redução de produção em outros importantes países produtores e exportadores. Nações como Canadá, China e União Europeia preocupam o mercado devido aos problemas climáticos que as regiões produtoras enfrentaram durante a safra”, explica.
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El Niño e colheita no Brasil
Segundo o consultor da StoneX, há incertezas também em relação à produção da Austrália quanto da Argentina, já que o El Niño pode trazer intempéries climáticas, conforme o desenvolvimento das lavouras avança. “Somado a isso, estamos com estoques globais reduzidos, podendo resultar em alta dos preços no mercado internacional”, diz.
No Brasil, a safra 22/23 está estimada em 10,82 milhões toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), avanço de 2,5% ante o último ciclo.
Apesar disso, Lopes ressalta que os produtores devem ficar atentos às chuvas previstas.
“No estado do Paraná, os maiores acumulados podem atrapalhar a evolução da colheita, que iniciou há algumas semanas, prejudicando a qualidade dos grãos colhidos”, finaliza.