Novas projeções do Governo para inflação indicam salário mínimo de R$ 1.524 em 2025, calcula XP
As novas projeções do Ministério da Fazenda para a inflação indicam que o salário mínimo pode ser de R$ 1.524 em 2025, se a regra atual de reajuste for mantida, segundo cálculos da XP Investimentos.
O boletim macrofiscal, divulgado na segunda-feira (18), mostra que as estimativas do Governo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o salário mínimo subiram para 4,9%, 5% e R$ 1.524, respectivamente.
Quando o orçamento do ano que vem foi apresentado ao Congresso, em agosto, as previsões para IPCA, INPC e salário mínimo eram de respectivos 3,90%, 3,65% e R$ 1.509.
“Se o salário mínimo for atualizado (o que é esperado), haverá um aumento de R$ 13,3 bilhões nas despesas do orçamento de 2025”, diz o economista Tiago Sbardelotto.
O economista explica que a inflação elevada levaria também a despesas mais altas. “Como os benefícios da previdência social, o BPC, o seguro-desemprego e o abono salarial estão vinculados ao salário mínimo, uma inflação mais alta implicaria um efeito direto sobre essas despesas”.
Nas estimativas da XP, o INPC acumulado até novembro deste ano — data considerada para os reajustes do salário mínimo — atingirá 4,9%. Para o ano de 2024, eles preveem 5%.
Sbardelotto destaca ainda a relevância do “bônus Itaipu” no cálculo do salário mínimo e seu impacto na inflação de 2024 e 2025, pois corresponde a uma redução de 0,7 ponto percentual (p.p.) no INPC, com retorno correspondente no mês seguinte.
“Nossas projeções não consideram a utilização desse recurso. Se utilizado em dezembro, nossa projeção para o INPC cairia de 5% para 4,3%, enquanto para o IPCA cairia de 4,9% para 4,3%”, afirma.
Mudanças no reajuste do salário mínimo
A projeção do salário mínimo de 2025 considera a atual regra de reajuste. No entanto, o mercado espera uma mudança nessa política no pacote de medidas fiscais que está para ser anunciado pela equipe econômica do Governo.
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A proposta, segundo a própria XP, é limitar a correção da remuneração para até 2,5% acima da inflação.
Nesse cenário, o valor do salário mínimo subiria de R$ 1.412 — valor atual — para R$ 1.513.