Saúde

Nova vacina para Covid começa a ser testada em humanos na Austrália

08 set 2020, 12:52 - atualizado em 08 set 2020, 12:52
Vacina
A vacina experimental da SpyBiotech, uma das várias dúzias de vacinas em testes em humanos ao redor do mundo, começou a ser aplicada em voluntários em ensaios de fase I/II (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

Uma nova vacina experimental contra a Covid-19, com origem na Universidade de Oxford, começou a ser testada em humanos na Austrália em parceria com o Serum Institute of India, maior fabricante mundial de vacinas.

A vacina foi desenvolvida pela SpyBiotech, empresa britânica fundada por pesquisadores de Oxford em 2017 que trabalharam com Adrian Hill e Sarah Gilbert no Instituto Jenner da universidade. O instituto tem uma das vacinas mais avançadas para a Covid-19, atualmente em fase final de testes, em parceria com a AstraZeneca.

A vacina experimental da SpyBiotech, uma das várias dúzias de vacinas em testes em humanos ao redor do mundo, começou a ser aplicada em voluntários em ensaios de fase I/II na Austrália conduzido pelo Serum Institute, que irá futuramente inscrever várias centenas de participantes, disse Sumi Biswas, CEO da empresa e professora do Departamento de Medicina Nuffieldde Oxford.

A vacina usa uma partícula semelhante a um vírus do antígeno da hepatite B como veículo, e emprega a tecnologia de “supercola” SpyCatcher/SpyTag da empresa para anexar a proteína spike do coronavírus com o objetivo de induzir uma resposta imunológica. A partícula semelhante a um vírus tem sido usada há décadas em uma vacina licenciada contra a hepatite B.

A tecnologia da SpyBiotech permite que os antígenos possam ser anexados a partículas semelhantes a vírus de uma forma que aumenta a estabilidade e eficácia, disse Biswas em entrevista.

“É uma tecnologia de supercola bacteriana que permite anexar antígenos a diferentes plataformas de administração de vacinas”, disse. “A Covid definitivamente acelerou o desenvolvimento da plataforma da nossa empresa.”

Biswas obteve doutorado de Oxford e trabalhou durante anos no Instituto Jenner no desenvolvimento de uma vacina contra a malária. Ela continua como pesquisadora do Instituto Jenner.

A SpyBiotech tem acordo de licenciamento exclusivo com o Serum Institute para a vacina. O instituto fechou um acordo de licenciamento com a AstraZeneca no início deste ano para produzir 1 bilhão de doses da vacina de Oxford desenvolvida por Gilbert.

A SpyBiotech levantou 15 milhões de libras (US$ 19,8 milhões) em financiamento com investidores, incluindo o GV (anteriormente Google Ventures) e Oxford Sciences Innovation.